Quem sou eu

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Alguém que ama a vida e odeia as injustiças

25 fevereiro, 2008

Fui contemplada pelo Pela Gi de " Pequenos Nadas" http://velharias-traquitanas2.blogspot.com
e CValente
http://cvalente.blogspot.com

1) Este prémio deverá ser atribuído ao blogs que considera bons e aqueles que acostuma visitar regularmente e deixa comentários
2) Quando o prémio é recebido deverá fazer um post: Indicando a pessoa que lhe atribuiu o prémio e a respectiva ligação ao blog.
3) Indicar 7 blogs para atribuição do prémio.

Uma vez mais ,afirmo, que os blogs que que tento visitar, com certa regularidade ,primam pela excelência num ou noutro aspecto. Assim sendo , todos eles são passíveis de serem nomeados. Porém as regras ditam que o sejam sete. Difícil escolha mas...

http://fragmentosdanoitecomflores.blogspot.com/
http://terra-da-magia.blogspot.com/
http://omshanti1.blogspot.com/
http://omeucais.blogspot.com/
http://intervalos.blogspot.com/
http://arrabisca.blogspot.com/
http://mararavel.blogspot.com/

20 fevereiro, 2008

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18 fevereiro, 2008

"Desafio 12 Palavras"

MCorreia de "Repensando" .desafiou-me para escrever algo utilizando doze palavras. Escolhê-las não é tarefa fácil, porque as palavras nascem ,não, sob a pena ou o dedo, mas antes no redondo do espírito como se fosse um mar a entornar-se na areia. Apanhei algumas gotas, uns salpicos e aqui vão.

No jardim molhado das palavras, há uma menina tímida de grandes caracóis. Chamam-lhe Verdade. Nasceu pequena e frágil, mas agarra a vida com as raízes fortes da determinação.

É de cor indefinida, direi entre o rosado da rosa, o amarelo da luz e o azul do céu. Aponta para a terra, murmura com o vento e pisca sempre para o sol. Na cabeça desta menina de caracóis soltos brilha o sonho de um amanhã digno, e na boca gulosa de amor sorri, sorri, sorri sempre como se o mundo nela bebesse o húmus da compreensão.

Por estes dias, a menina-palavra depois de muito cirandar pelo seu jardim tão repleto de pequenos pés verdes, sentou-se num canteiro de amarelinhos-jacintos-ternura que já pespontavam meio trémulos mas ansiosos por espreitarem a liberdade e pensou, assim de ensimesmada: o menino-vento tão forte e corrido, tão soprado de uivado bem podia levá-la num passeio de domingo junto ao azul-branco de algodão lá de cima. Gostava tanto de lá ir. Queria com o dedo fazer um desenho, um trejeito de redondos mais de direitos, de afuniladinhos e esticadinhos, tudo alinhado e bonitinho na palavrinha Amor.

Ah como seria lindo no algodão azul-branco, lá em cima, para todos verem e respirarem!

Tenho que nomear doze, como faz parte do acordo.Pois então.

Casa de Maio

Portcroft

Un-dress

Last Dance

A Boneca de Porcelana

A Menina dos Olhos de Água

Boa noite e um queijo

Ana Luar

Tempo entre os Tempos

CValente.

Urbanidades da Madeira

Desde já um obrigada a todos vós.

17 fevereiro, 2008

Creedence Clearwater Revival - BAD MOON RISING

Uma das minhas preferidas!


Beatles
Rolling Stones
Pink Floyd.
Creedence Clearwater Revival
Jane Birkin e Serge Gainsbourg
François Hardy
John Halliday
Simon and Garfunkel
Neil Diamond
Joan Baez



Luís Eusébio de "Portcroft" fez-me um desafio, o de mencionar as seis músicas que na minha juventude me tenham feito " abanar o capacete". Uma proposta extremamente difícil. Não pelo "abanar de capacete" diga-se, mas antes, pela selecção. Como é natural não consegui e depois de muita volta, corte e mais corte fiquei-me por estes dez ícones da minha juventude! Peço desculpa pelo excesso, mas foi uma tarefa árdua!
A quem passo?
Hum...
Canto. Chão
Aguarelas de Turner
Árvore das Palavras
Na dualidade da cor
Foi em Novembro que partiste
Selos Difusos
E agora fico à espera...

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15 fevereiro, 2008

Leda and the Swan




Leda and the Swan



A sudden blow: the great wings beating still
Above the staggering girl, her thighs caressed

By his dark webs, her nape caught in his bill,

He holds her helpless breast upon his breast.



How can those terrified vague fingers push

The feathered glory from her loosening thighs?

How can anybody, laid in that white rush,

But feel the strange heart beating where it lies?



A shudder in the loins, engenders there

The broken wall, the burning roof and tower

And Agamemnon dead.

Being so caught up,

So mastered by the brute blood of the air,

Did she put on his knowledge with his power

Before the indifferent beak could let her drop?

William Butler Yeats
DA VINCI’S LEDA

13 fevereiro, 2008

Carta a Meus Filhos




Carta a Meus Filhos

Os Fuzilamentos de Goya

Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso.
É possível, porque tudo é possível, que ele seja
aquele que eu desejo para vós. Um simples mundo,
onde tudo tenha apenas a dificuldade que advém
de nada haver que não seja simples e natural.
Um mundo em que tudo seja permitido,
conforme o vosso gosto, o vosso anseio, o vosso prazer,
o vosso respeito pelos outros, o respeito dos outros por vós.
E é possível que não seja isto, nem seja sequer isto
o que vos interesse para viver. Tudo é possível,
ainda quando lutemos, como devemos lutar,
por quanto nos pareça a liberdade e a justiça,
ou mais que qualquer delas uma fiel
dedicação à honra de estar vivo.
Um dia sabereis que mais que a humanidade
não tem conta o número dos que pensaram assim,
amaram o seu semelhante no que ele tinha de único,
de insólito, de livre, de diferente,
e foram sacrificados, torturados, espancados,
e entregues hipocritamente â secular justiça,
para que os liquidasse "com suma piedade e sem efusão de sangue."
Por serem fiéis a um deus, a um pensamento,
a uma pátria, uma esperança, ou muito apenas
à fome irrespondível que lhes roía as entranhas,
foram estripados, esfolados, queimados, gaseados,
e os seus corpos amontoados tão anonimamente quanto haviam vivido,
ou suas cinzas dispersas para que delas não restasse memória.
Às vezes, por serem de uma raça, outras
por serem de urna classe, expiaram todos
os erros que não tinham cometido ou não tinham consciência
de haver cometido. Mas também aconteceu
e acontece que não foram mortos.
Houve sempre infinitas maneiras de prevalecer,
aniquilando mansamente, delicadamente,
por ínvios caminhos quais se diz que são ínvios os de Deus.
Estes fuzilamentos, este heroísmo, este horror,
foi uma coisa, entre mil, acontecida em Espanha
há mais de um século e que por violenta e injusta
ofendeu o coração de um pintor chamado Goya,
que tinha um coração muito grande, cheio de fúria
e de amor. Mas isto nada é, meus filhos.
Apenas um episódio, um episódio breve,
nesta cadela de que sois um elo (ou não sereis)
de ferro e de suor e sangue e algum sémen
a caminho do mundo que vos sonho.
Acreditai que nenhum mundo, que nada nem ninguém
vale mais que uma vida ou a alegria de té-1a.
É isto o que mais importa - essa alegria.
Acreditai que a dignidade em que hão-de falar-vos tanto
não é senão essa alegria que vem
de estar-se vivo e sabendo que nenhuma vez alguém
está menos vivo ou sofre ou morre
para que um só de vós resista um pouco mais
à morte que é de todos e virá.
Que tudo isto sabereis serenamente,
sem culpas a ninguém, sem terror, sem ambição,
e sobretudo sem desapego ou indiferença,
ardentemente espero. Tanto sangue,
tanta dor, tanta angústia, um dia
- mesmo que o tédio de um mundo feliz vos persiga -
não hão-de ser em vão. Confesso que
multas vezes, pensando no horror de tantos séculos
de opressão e crueldade, hesito por momentos
e uma amargura me submerge inconsolável.
Serão ou não em vão? Mas, mesmo que o não sejam,
quem ressuscita esses milhões, quem restitui
não só a vida, mas tudo o que lhes foi tirado?
Nenhum Juízo Final, meus filhos, pode dar-lhes
aquele instante que não viveram, aquele objecto
que não fruíram, aquele gesto
de amor, que fariam "amanhã".
E. por isso, o mesmo mundo que criemos
nos cumpre tê-lo com cuidado, como coisa
que não é nossa, que nos é cedida
para a guardarmos respeitosamente
em memória do sangue que nos corre nas veias,
da nossa carne que foi outra, do amor que
outros não amaram porque lho roubaram.

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Jorge de Sena in Metamorfoses

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