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Alguém que ama a vida e odeia as injustiças

19 julho, 2007



O Prémio "Blogue com grelos" premeia mulheres que, na sua escrita, para além de mostrarem uma preocupação pelo mundo à sua volta, ainda conseguem dar um pouco de si, dos seus sentires e com isso tornar mais leve a vida dos outros. Mulheres, mães, profissionais que espalham a palavra de uma forma emotiva e cativante. Que nos falam da guerra mas também do amor. A escrita no feminino, em toda a net lusófona tem que ser distinguida."


Deveria, segundo as regras, atribuir este prémio a alguém. Pois bem, faço-o ,entregando-o
a todas vós.
Sei e, porque sou mulher, como nos excedemos diariamente em tanta coisa,da mais ínfima
á mais lata. Por isso um grelo, fora a mais bela rosa, para cada uma.
Agradeço á Cris de Terra, Mar e Horizontes a distinção.
Um Obrigada e um beijo para todas vós.

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Mulher..É…

Hoje completei cem postagens. Aqui vai uma pequena homenagem a todas as mulheres que gravitam neste espaço da blogesfera. Jovens, menos jovens ,e sobretudo bonitas de alma . Também para os homens que as lêem e as amam.
A todos ,um obrigada.


Mulher

Pano liso, branco, sem sombra,

Cetim macio, rosado, ondulante

Flor em pétalas entreabertas

Guitarra tocada em vibratos,

Mulher Vida,

Cesta de sabores quentes,

Tons terra e odores

Doces, acres, fortes e subtis,

Mulher Corpo,

Grácil, leve, adejante,

Forte, pesado, parido,

Tratado, forçado, embelezado,

Amputado, dorido, magoado,

Ferido, ultrajado, violado

Sempre vivo.

Mulher Amante,

Subtil, caprichosa, meiga

Apaixonada, envolvente, dominadora,

Triste, solitária, desprezada,

Sempre palpitante.

Mulher Mãe,

Gerar o momento feito vida

Pari-lo em dor com amor,

Criá-lo em cuidados, horas,

Esperanças e ternuras.

Rir no riso cristal de menino,

Depois, acenar ,ser apenas mãe.

Mulher Mulher,

Força do mundo, esgar de esforço,

Corpo quebrado, rosto marcado,

Olhar doce, mãos ásperas, ternas,

Riso breve e pensar constante

Vida, amante, mãe, mulher

Raiz da vida, Cor do mundo,

Colo do amanhã, seio de mel.

Alma Mater.




16 julho, 2007

Um Rosto…Qualquer



Rosto aberto, alma viva, olhar de luz,

Sorri

Rosto fechado, triste, dorido,

Humedece

O rosto…

Túnel do espírito,

Marca o compasso da vida

Corrida, parada, dançada.

O rosto…

Esboço, aguarela e pastel

Do viver…

Emoção, esgar, paragem,

Do sentir…

O rosto…

Paradoxo do tempo, arte do engano

Tela pura de tons naturais,

Ou burlesco de pastéis misturados

Sem arte.

O rosto…

Montra despida de mentiras

Compradas, sem etiqueta.

De olhares húmidos, trocados

Em reflexos de ser.

Rostos…

Pregueados, lisos, puros,

Suplicantes, magoados, feridos,

Perdidos, encontrados e gerados,

Rostos de nós!

15 julho, 2007

The Red Violin


No século XVIII, um artesão italiano constrói violino perfeito, para homenagear sua esposa, prestes a ter um filho. Mas a esposa e o filho morrem no parto. O violino é concluído e, ao longo dos próximos 300 anos, passa de mão em mão, de continente para continente, produzindo belos sons, mas sempre acompanhado por uma misteriosa sina

som de violino....

Hoje
horas claras
e sorrisos
campos floridos
som de violino
a palavra, as cores
poesia
no mais pleno infinito
estrelas e sol
lua no azul mais bonito
sem danos
ao que parece natural
beleza na arte surreal
como jamais vi
hoje
nada que se faça mortal
pode agradir o tempo
hoje somos chuva e vento
correnteza
na síntese
a singular força
da natureza

Chintia de Souza KaneyiC

Scherzo per Violino e Archi n.1

ONOMATOPEIA

Menino franzino,
Quase pequenino,
Pequenino, triste,
Neste mundo só...,

Menino, desiste
De que tenham dó!

Desiste, menino,
Que o mundo é cretino...
Deixa o teu violino,
Toca o sol-e-dó.

Cada teu suspiro
Cai ao chão no pó...
Canta o tiro-liro
Tiro-liro-ló.


Deixa o teu violino,
Que não te é destino.
Desiste, menino,
De que tenham dó!


Menino franzino,
Triste e pequenino,
Pequenino, triste,
Neste mundo só...,

Menino, desiste!
Toca o sol -e-dó.

José Régio

14 julho, 2007

Desdobramento...


Sonho…

O mundo não é mais redondo,

Pasmo.

O homem já não é bicho,

Salto.

O rio já não corre,

Humedeço.

O céu já não é azul.

Atemorizo

A criança já não é,

Tremo.

A lua não ri,

Suspiro.

A noite é escura,

Espreito.

O vento não vem,

Sonho

Abafo.

A árvore é nua,

Entristeço,

O ar parou,

Morri.

Sonho…

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