Sentires
Rio, rio e rio porque
choro,
Choro, choro e choro
porque vivo
Em sentir de ti.
Rói-se o corpo nu
Rebobina-se o coração
em latejar de alma despida,
E busca-se o sentido
na vida,
Do tempo nosso
passado- futuro,
Em presente reinventado,
Cadeado de amanhãs
por nascer.
Crime de alma em
arco-íris de pensamento,
De ferruginosas
chaves travado.
Mão estendida em rito
excitado de vida,
O olhar escancarado em
fome
De Ser.
-Ah, quisera sentir!
-Ah quisera que os
meus dedos enrolassem
Teus desejos perdidos,
E que meu sentir
fosse cesto de bagos líquidos
Na caverna do teu
Ter.
Ah como choro rindo
num sentir não perdido.
De mim sem ti!
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