Fui contemplada pelo Pela Gi de " Pequenos Nadas" http://velharias-traquitanas2.blogspot.com e CValente http://cvalente.blogspot.com
1) Este prémio deverá ser atribuído ao blogs que considera bons e aqueles que acostuma visitar regularmente e deixa comentários 2) Quando o prémio é recebido deverá fazer um post: Indicando a pessoa que lhe atribuiu o prémio e a respectiva ligação ao blog. 3) Indicar 7 blogs para atribuição do prémio.
Uma vez mais ,afirmo, que os blogs que que tento visitar, com certa regularidade ,primam pela excelência num ou noutro aspecto. Assim sendo , todos eles são passíveis de serem nomeados. Porém as regras ditam que o sejam sete. Difícil escolha mas... http://fragmentosdanoitecomflores.blogspot.com/ http://terra-da-magia.blogspot.com/ http://omshanti1.blogspot.com/ http://omeucais.blogspot.com/ http://intervalos.blogspot.com/ http://arrabisca.blogspot.com/ http://mararavel.blogspot.com/
20 fevereiro, 2008
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18 fevereiro, 2008
"Desafio 12 Palavras"
MCorreia de "Repensando" .desafiou-me para escrever algo utilizando doze palavras. Escolhê-las não é tarefa fácil, porque as palavras nascem ,não, sob a pena ou o dedo, mas antes no redondo do espírito como se fosse um mar a entornar-se na areia. Apanhei algumas gotas, uns salpicos e aqui vão.
No jardim molhado daspalavras, há uma menina tímida de grandes caracóis. Chamam-lhe Verdade.Nasceu pequena e frágil, mas agarra avida com as raízes fortes da determinação.
É de cor indefinida, direi entre o rosado da rosa, o amarelo da luz e o azul do céu. Aponta para a terra, murmura com o vento e pisca sempre para o sol. Na cabeça desta menina de caracóis soltos brilha o sonhode um amanhãdigno, e na boca gulosa de amor sorri, sorri, sorri sempre como se o mundonela bebesse o húmus da compreensão.
Por estes dias, a menina-palavra depois de muito cirandar pelo seu jardim tão repleto de pequenos pés verdes, sentou-se num canteiro de amarelinhos-jacintos-ternuraque já pespontavam meio trémulos mas ansiosos por espreitarem a liberdadee pensou, assim de ensimesmada: o menino-vento tão forte e corrido, tão soprado de uivado bem podia levá-la num passeio de domingo junto ao azul-branco de algodão lá de cima. Gostava tanto de lá ir. Queria com o dedo fazer um desenho, um trejeito de redondos mais de direitos, de afuniladinhos e esticadinhos, tudo alinhado e bonitinho na palavrinha Amor.
Ah como seria lindo no algodão azul-branco, lá em cima, para todos verem e respirarem!
Tenho que nomear doze, como faz parte do acordo.Pois então.
Beatles Rolling Stones Pink Floyd. Creedence Clearwater Revival Jane Birkin e Serge Gainsbourg François Hardy John Halliday Simon and Garfunkel Neil Diamond Joan Baez
Luís Eusébio de "Portcroft" fez-me um desafio, o de mencionar as seis músicas que na minha juventude me tenham feito " abanar o capacete". Uma proposta extremamente difícil. Não pelo "abanar de capacete" diga-se, mas antes, pela selecção. Como é natural não consegui e depois de muita volta, corte e mais corte fiquei-me por estes dez ícones da minha juventude! Peço desculpa pelo excesso, mas foi uma tarefa árdua! A quem passo? Hum...
Canto. Chão Aguarelas de Turner Árvore das Palavras Na dualidade da cor Foi em Novembro que partiste Selos Difusos E agora fico à espera...
Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso. É possível, porque tudo é possível, que ele seja aquele que eu desejo para vós. Um simples mundo, onde tudo tenha apenas a dificuldade que advém de nada haver que não seja simples e natural. Um mundo em que tudo seja permitido, conforme o vosso gosto, o vosso anseio, o vosso prazer, o vosso respeito pelos outros, o respeito dos outros por vós. E é possível que não seja isto, nem seja sequer isto o que vos interesse para viver. Tudo é possível, ainda quando lutemos, como devemos lutar, por quanto nos pareça a liberdade e a justiça, ou mais que qualquer delas uma fiel dedicação à honra de estar vivo. Um dia sabereis que mais que a humanidade não tem conta o número dos que pensaram assim, amaram o seu semelhante no que ele tinha de único, de insólito, de livre, de diferente, e foram sacrificados, torturados, espancados, e entregues hipocritamente â secular justiça, para que os liquidasse "com suma piedade e sem efusão de sangue." Por serem fiéis a um deus, a um pensamento, a uma pátria, uma esperança, ou muito apenas à fome irrespondível que lhes roía as entranhas, foram estripados, esfolados, queimados, gaseados, e os seus corpos amontoados tão anonimamente quanto haviam vivido, ou suas cinzas dispersas para que delas não restasse memória. Às vezes, por serem de uma raça, outras por serem de urna classe, expiaram todos os erros que não tinham cometido ou não tinham consciência de haver cometido. Mas também aconteceu e acontece que não foram mortos. Houve sempre infinitas maneiras de prevalecer, aniquilando mansamente, delicadamente, por ínvios caminhos quais se diz que são ínvios os de Deus. Estes fuzilamentos, este heroísmo, este horror, foi uma coisa, entre mil, acontecida em Espanha há mais de um século e que por violenta e injusta ofendeu o coração de um pintor chamado Goya, que tinha um coração muito grande, cheio de fúria e de amor. Mas isto nada é, meus filhos. Apenas um episódio, um episódio breve, nesta cadela de que sois um elo (ou não sereis) de ferro e de suor e sangue e algum sémen a caminho do mundo que vos sonho. Acreditai que nenhum mundo, que nada nem ninguém vale mais que uma vida ou a alegria de té-1a. É isto o que mais importa - essa alegria. Acreditai que a dignidade em que hão-de falar-vos tanto não é senão essa alegria que vem de estar-se vivo e sabendo que nenhuma vez alguém está menos vivo ou sofre ou morre para que um só de vós resista um pouco mais à morte que é de todos e virá. Que tudo isto sabereis serenamente, sem culpas a ninguém, sem terror, sem ambição, e sobretudo sem desapego ou indiferença, ardentemente espero. Tanto sangue, tanta dor, tanta angústia, um dia - mesmo que o tédio de um mundo feliz vos persiga - não hão-de ser em vão. Confesso que multas vezes, pensando no horror de tantos séculos de opressão e crueldade, hesito por momentos e uma amargura me submerge inconsolável. Serão ou não em vão? Mas, mesmo que o não sejam, quem ressuscita esses milhões, quem restitui não só a vida, mas tudo o que lhes foi tirado? Nenhum Juízo Final, meus filhos, pode dar-lhes aquele instante que não viveram, aquele objecto que não fruíram, aquele gesto de amor, que fariam "amanhã". E. por isso, o mesmo mundo que criemos nos cumpre tê-lo com cuidado, como coisa que não é nossa, que nos é cedida para a guardarmos respeitosamente em memória do sangue que nos corre nas veias, da nossa carne que foi outra, do amor que outros não amaram porque lho roubaram.