Quem sou eu

Minha foto
Alguém que ama a vida e odeia as injustiças

25 agosto, 2007



Olhares

Olhares perdidos

Em mágoas, em sonhos,

Em castelos desfeitos.,

No riso de lágrimas quentes.

Olhares puros

Em cristais de brilho húmido,

Onde o amanhã, quase chora

O ontem dorido.

Olhares do futuro já manchados,

Paridos na miséria, e amargura

Continuados no sal do mundo,

Presentes no rio defecado da vida.

Olhares simples,

Gritos abortados,

Luzes que nos alumiam

Na noite da ganância,

Das nossas Vidas.


Posted by Picasa

Russian Dance (ballet)

"O estilo nem por sombra corresponde a um simples culto da forma, mas, muito longe disso, a uma particular concepção da arte e, mais em geral, a uma particular concepção da vida."

Léon Tolstoi

Charlie Chaplin- Table Ballet

Um pouco de Chaplin ... e...


"A vida é uma tragédia quando vista de perto, mas uma comédia quando vista de longe. "
(Charlie Chaplin)

20 agosto, 2007

As Sardinhas

00045pgt

Chegaram vindos não se sabe de onde. Carregados e coloridos como são as gentes que marcam presença.

As vozes altas ,acordaram os que na semi sonolência, descansavam das contas de um ano inteiro.

E eram a Zázá, o Beto, a tia Nônô, o Zé Luís, a Lecas e as crianças. Loiras, doiradas e faladoras…ao todo sete. Entre elas a Princesa.

Dois casais e uma avó-tia . Todos muito in. Chegaram tarde porque ninguém de bem põe os pés na praia cedo .Isso é muito classe média. Credo. E depois, o Beto tinha ido comprar sardinhas. Um feito. Em redor tudo soube.

E a avó-tia na sua voz aflautada contou. Contou as notícias fresquinhas da morte do barão de não sei quantos, os devaneios da miss X , mais os arroubos do Y mais, mais, … enfim um corolário de acontecimentos muito cheios de adjectivos mas terrivelmente pobres de substantivo.

As crianças, seis rapazes e uma princesa. Não que fosse aristocrática, mas parece moda agora ser-se princesa ou princeso, digo príncipe. Uma voga muito novo-riquismo. Mas dizia eu, que as crianças baloiçavam ente os oito anos e os catorze. Cinco de um casal e duas de outro. Rapidamente despiram-se e correram para o mar, os seis rapazes. A Princesa ficou sentada no areal sendo profusamente barrada de hidratante francês um…"CD pour jeunes filles" A mãe, a Zázá, na casa dos quarenta mas com uma plástica de trinta e picos conservadíssimos luzia-se num bikini giríssimo que lhe fazia sobressair a lisura do ventre, os seios pequenos e uma cintura de respeito mínimo. A avó-tia, sentada olhava a prole junto da água. Os seus sessenta e muitos anos cingidos num maillot castanho e branco faziam-na muito respeitosa. Os cabelos louros davam-lhe um ar juvenil acrescido da luminosidade da pele dourada. Lecas assim a chamavam.

A tia Nônô uns trinta anos muito jovens e esculturais, sem filhos, viria mais tarde a perceber, casara com o Zé Luís figura maciça de quarentão bem entradote a quem a barriga é indicativo de muito jantar bem regado e melhor comido.

O Beto, figura simpática. Calado, bem-parecido. Dá directrizes á assistente relativamente a ulteriores consultas e exames de pacientes O homem precisa de descanso pois que se irá dedicar a uma nova e pertinente tarefa. Oiçamos não esquecendo o tom nasalado das vogais, um certo flautear nas palavras que emprestam aquele sotaque tão "bem"da linha.

- Diga lá, Zázá conseguiu fazer o jantar?

-Ora Lecas, sabe…tinha uma massa que cozi e depois havia gambas no frigorífico. Foi só juntar. Sabe, os pequenos adoraram, adoraram mesmo e o Zé Luís comeu, um espanto.

-Então a querida fez uma massada… ah que bom…

-Deve ser isso… sabe.

O Beto que se entretivera a folhear as páginas de um matutino, entra na culinária.

-A mamã sabe, ontem fomos para a Comporta, e fiquei com o cheiro de sardinhas. Hum que apetite! Hoje levantei-me e fui às compras. Vou assar sardinhas.

-Oh querido, o menino sabe fazer isso?

-Mamã, eu não, mas vou tentar.

-Oh querido, eu não consigo acender o lume mas tirando isso é facílimo… digo-lhe.

O casal Zé Luís-Nonô que fora deambular pelo areal, ele, para mostrar o seu mais recente troféu anatómico, ela, para tonificar os seus glúteos, junta-se ao grupo de grelhadores-de-sardinhas.

-Beto, sempre vai assar sardinhas? Pergunta o Ze Luís

-Você sabe, não sabe?

-Não custa nada, é simples. Vou a sua casa e ensino-o a assar. Depois o seu barbecue fará o resto.

A Zázá que se entretivera a cuidar do bronze entra na liça.

-Queridos vai ser giríssimo. Tou a ver… uma sardinhada…com cheiro e tudo. Ó querido tão verdadeiro! Amanhã quando tiver com a Tequinhas e o Luca vou-lhes contar…vão morrer de inveja, vai ver.

Entretanto a avó-tia que permanecia sentada resolveu mudar de posição e veio ter com o Beto ,seguiu-se-lhe a Princesa que se pendurou nas costas do pai.

-Princesa, deixe o Beto não vê que está doentinho!

-Meu querido descanse, veja lá esse ombro, o menino trabalha muito. Já o seu pai era assim…

-Mas papá, tá memo doentinho? Dê um jinho à Princesa…

-Tá bem, querida, agora deixe o papá. Chame os rapazes. Que daqui a pouco vamos embora.

-Já? Mas poquê? Ainda não é tarde…

-Oh, princesa, não sabe que hoje é um dia especial. Pergunte ao tio Zé Luís o que o seu pai vai fazer… Uma sardinhada, com carvão e lume, tudo. Vai ver ,e vamos comer sardinhas…

-Mas eu detesto peixe e sardinhas, credo.

-Ó Pincesa, sardinha é muito portuguesa, muito saudável, não engorda, faz bem à saúde.

A Nônô que até então conservara um mutismo razoável inversamente proporcional á sua exposição física, sim, porque não se pode fazer bem, duas coisas em simultâneo, entrou finalmente na sardinhada.

-Sabe, Zé Luís, a minha nutricionista manda comer sardinha. Tem não sei que lípido, um tal mega 3 que é formidável para o coração.

-Ómega 3, querida -corrigiu o Zé Luís.

-Pois isso, credo. Mas tá a ver na tá ? Agora tudo come sardinha, e eu até acho que bem cozinhada tem um sabor tão portuguesinho, assim de típico. O máximo!

Os queridos e queridas arrumaram as coisitas e quase em fila indiana, porque nestas coisas á que marcar a diferença lá se foram em direcção talvez a alguma rica " casita" onde as sardinhas esperavam. Nestas coisas de comida e seguindo uma máxima tão ao gosto destes estereótipos "comer é o contrário de ter fome".

Bom Apetite.


19 agosto, 2007

[trevo.gif]

Four-leaf Clover Poem


I know a place where the sun is like gold,
And the cherry blooms burst with snow,
And down underneath is the loveliest nook,
Where the four-leaf clovers grow.

One leaf is for HOPE, and one is for FAITH,
And one is for LOVE, you know,
And GOD put another in for LUCK --
If you search, you will find where they grow.

But you must have HOPE, and you must have FAITH,
You must LOVE and be strong -- and so --
If you work, if you wait, you will find the place
Where the four-leaf clovers grow.

.by E. Higginson


Agradeço a Carissima de Momentos a atribuição do trevo talvez um prelúdio de Sorte que todos afinal precisamos.

18 agosto, 2007

Um poema




A celle qui est trop gaie

Ta tête, ton geste, ton air
Sont beaux comme un beau paysage ;
Le rire joue en ton visage
Comme un vent frais dans un ciel clair.





Le passant chagrin que tu frôles
Est ébloui par la santé
Qui jaillit comme une clarté
De tes bras et de tes épaules.






Les retentissantes couleurs
Dont tu parsèmes tes toilettes
Jettent dans l'esprit des poètes
L'image d'un ballet de fleurs.






Ces robes folles sont l'emblème
De ton esprit bariolé ;
Folle dont je suis affolé,
Je te hais autant que je t'aime !






Quelquefois dans un beau jardin
Où je traînais mon atonie,
J'ai senti, comme une ironie,
Le soleil déchirer mon sein ;







Et le printemps et la verdure
Ont tant humilié mon coeur,
Que j'ai puni sur une fleur
L'insolence de la Nature.






Ainsi je voudrais, une nuit

Quand l'heure des voluptés sonne,
Vers les trésors de ta personne,
Comme un lâche, ramper sans bruit,






Pour châtier ta chair joyeuse,
Pour meurtrir ton sein pardonné,
Et faire à ton flanc étonné
Une blessure large et creuse,






Et, vertigineuse douceur !
A travers ces lèvres nouvelles,
Plus éclatantes et plus belles,
T'infuser mon venin, ma soeur !
Posted by Picasa

17 agosto, 2007

BOLERO-RAVEL

Os anos ensinam muitas coisas que os dias desconhecem



Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes. (William Shakespeare)



# Acreditar é monótono, duvidar é apaixonante, manter-se alerta: eis a vida! (Oscar Wilde)