Quem sou eu

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Alguém que ama a vida e odeia as injustiças

26 junho, 2007

About Magic Apples by Shubina Olga
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A Tentação

Vermelha, verde e amarela,
Suculenta, líquida e ácida,
Redonda, brilhante e tentadora,
A maçã.
Brilha, abana e dança ao compasso
Do vento que sopra, da brisa que canta,
Do olhar que apetece, dos lábios que abrem,
Em trejeitos de voluptuosos de sentidos
Marcados pela fome do desejo.

A maçã,
Redonda, brilhante e fugaz,
Símbolo perdido da inocência
Baloiça no ramo verde sob a luz
Do mundo, sob o céu azul da vida,
Á espera de um Homem Novo.

Algures, chegado ao tempo novo,
Ao tempo de Mudança.


21 junho, 2007

Despair


E diz ainda que não se agarrará.......não te comprometerá, não terás que carregar um fardo e ficarás mais leve para chegar à Montanha da Alma , ou ao inferno. "

Gao Xingjian in Montanha da Alma




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19 junho, 2007

my secret garden ( Adagio, Albinoni)

O Jardim

Secreto é o jardim da vida,
Onde fica?
Lá no ermo ou aqui perto?
Segredo secreto segredado
Em secretismos banais,
Irrisórios, pueris e senis.
O nosso jardim, é aqui…
No segredo vivo e quente,
Do labutar, do morrer, do nascer,

E, sobretudo do viver.

15 junho, 2007

Igor Merkulov Autumn

A Máscara II

Olho por entre espaços…

Revejo, vejo, sinto e pulso…

A vida em redor gira,

Ergo-me lenta, mas lentamente,

Procurando as memórias do outro

Eu,

Fechadas entre o nascer e o ocaso,

Algures no caminho já percorrido

De uma vida sentida ,chorada e partida

De mim,

A bruma esvai-se no raiar do dia,

Espreito por entre as colunas,

Além,

Soprando mansamente o vento

Sussurra-me, e depois gorjeia:

_És tu!



A Máscara

Cheguei…e não sei se sou…

Máscara constante de gente perdida,

Forma esguia de vontade arrancada

À vida,

Cheguei, assim despida de sentido,

Ausente de matéria .

Presente em labirinto de luz,

Em riso de cor.

Cheguei por entre um frémito,

Um adejar de vento e sombra.

Não sei onde estou e se sou…

Apenas Eu….



12 junho, 2007

Árvores do Alentejo

Carlos de Bragança O sobreiro

Árvores do Alentejo



Horas mortas? Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido? e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!

E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro e giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!

Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
- Também ando a gritar, morta de sede,
pedindo a Deus a minha gota de água.


Florbela Espanca