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Alguém que ama a vida e odeia as injustiças

29 maio, 2007

O Vento

William Turner Distant


O Vento

O vento passou na espiral da alma,

O vento dançou na linha do céu,

O vento pairou na terra …

Nos montes de cumes vazios

Nos rios de águas perdidas,

E nos campos calados

E o vento,

Bailou

Nas pestanas das árvores,

Nas faces abertas da flor

Solitária… e

Depois,

Cansou-se, girou e fugiu

Para longe, para o infinito…

Onde tudo é nada

E o nada é tudo.

,


.

28 maio, 2007

Greensleeves (unknown )





"A música é a melhor maneira que temos para digerir o tempo." W. Auden

23 maio, 2007

Monet

Monet
...E o mar ergueu as ondas em conchas de raiva branca e azul , abrindo-se ém águas crispadas de sal...





Hoje, vejo o mundo correr...
.

22 maio, 2007

4 Jahreszeiten (Antonio Vivaldi)

Lindo!

Nat King Cole - Unforgettable


Ontem, corri para o mundo...

ECCE HOMO

Da argila morna, surge,

A mão crispada,

Que se estende na procura

Do ar que flutua entre os dedos,

Depois o braço dobrado que se ergue

Na linha da vida,

A cabeça que se coloca erguida,

Por cima dos ombros,

Sustento de um corpo,

Ainda trémulo,

Mas já erecto,

As pernas vêm depois,

Fortes, ágeis,

Troncos robustos

De um percurso.

Ecce Homo….

E os olhos abrem-se

Num piscar gotejante,

A boca rasga-se,

Húmida e ávida.

A voz, gutural, ecoa

Dentro da alma

Desconhecida,

Mas latente.

O coração pulsa ritmado

Em jorros de sangue.

Ele move-se, conjuga gestos,

Trejeitos e pensamentos.

Num breve estender de mão.

Ecce homo…

Não sabe,

Não lhe foi dito,

Não lhe foi mostrado

Quão divina e mortal

É a sua criação,

Quão fugaz é o seu sopro

Nas teias por si tecidas,

Mas ignoradas.

Na violência, no desamor

De rios perdidos,

Na cupidez, no egoísmo

De altares vazios,

No correr, no perder

De almas cansadas.

Na vã glória dos actos

Grotescos e obscuros.

No riso, no esgar, no choro

Do seu ser de matéria, de pó,

De sémen, de vida.

Ecce Homo….

Pai da Razão e,

Filho da Alma …

Matriz da Humanidade

Que popula nos canteiros

Do Mundo…


Hoje, vejo o mundo correr...
.

18 maio, 2007

Quando não há Amor


Ontem, corri para o mundo...
Hoje, vejo o mundo correr...
.

Quando não há Amor…

Soa o sino da raiva

No campanário

Do coração.

Bate a porta

Da razão…

Range a dor

Da despedida.


Quando não há amor…

O homem,

Perde-se,

No labirinto da vida

Partida.

Fecha a vidraça do olhar,

Tranca a alma no sentir.

Exangue,

Esconde-se

Nas esquinas do passado

Vivido.

Quando não há amor…

O mundo perde a luz,

Nos lábios trémulos

Das gentes,

Que passam e trespassam

O umbral dos sentidos,

Na procura errante

De uma estrela,

No universo mutante

Da Felicidade.