A Todas as Mulheres
Duas mãos. Mãos em laço, mãos esguias, flutuantes, macias. Mãos.
Redondas, firmes, ásperas suaves, mãos de vida.
Tamborilantes, deslizantes, acariciadoras, persistentes, mãos de fêmea.
Discursivas, ágeis e modulares, mãos que procuram, que lutam pela verdade e pelo saber; .
E as mãos do mundo, as mãos que embalam, que acariciam, que lavam, que passam, que enxugam. Mãos vivas criam e recriam, que vivificam milagres.
Mãos de mãe.
Mãos belas, mãos de amor, mãos de riso, dor, mãos de mulher.
E as mãos sobem os degraus da vida, descem as encostas da dor, erguem-se no pináculo de cada dia, deitam-se em cada estrela da madrugada.
As mãos são os mais belos instrumentos da geografia mulher. Aquele mapa intersetado não de rios, mas de afluentes de dádiva e renuncia, com colinas de amor e sonho, com bosques latejantes de força onde o solo fecundo se torna o útero do mundo.
Mulher é mapa físico, político. Mulher é a mão de todos nós. É nas mãos, esguias, macias, fortes e redondas, discursivas, modulares, nas gretadas crivadas de ais, nas etéreas de risos, nas deslizantes de fêmea que o mundo chora, grita, gira e se ergue.
Cada laço de mãos beija o amanhã, seja em esperança, seja em tremor, beija-o com AMOR de MULHER:
Chaves 7 de março 2021
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