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Alguém que ama a vida e odeia as injustiças

10 junho, 2020

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Hoje apeteceu-me escrever. Não que tenha algo de importante a dizer, somente, apeteceu-me.
Nestes meses de interiorização, pequenas coisas têm deslizado pela mente. Devia anotá-las, porém o fluir das horas, o viver dos minutos na dolência perfeita dos dias tem sido algo pateticamente assintomático.
A mudança dos hábitos fez-se mais no pensamento do que nas atitudes, pois que estas tornaram-se adiadas. Um sine die para breve. Uma antítese concetual e temporal.
Os tempos de agora, vestidos de paradoxos, aceites e despidos de projetos de amanhã, cobrem a nossa esperança de porvir. Habituamo-nos. Vivemos em quartos de espaço, de horas, de afetos, emoções e, em suma de vida.
Somos sombras de nós porque um maldito vírus nos despojou da nossa iniciativa de Ser, de Estar e de Ficar. Uns Partem porque o tempo se despediu, outros afastam-se com medo da despedida, outros ainda ignoram-se, porque desconhecer protege a ignorância. Um tempo de dias desconhecidos.
São os dias do nosso tempo. Os novos dias deste tempo. Os dias da história de um vírus. Uma história na História dos Tempos. Dois milénios e vinte séculos. Conquistas, ciência, tecnologia, avanço, e o Homem sendo a medida de todas as coisas assim se pensa, assim se pensou. Pensou-se que tudo se podia, se fazia, se inventava, se destruía e se recriava. O homem. Era, então, medida de todas as coisas, fosse na sua criatividade, inteligência, emotividade, fosse na sua busca da inteligível da excelência; a medida quase perfeita do seu espelho. A vacuidade da assertividade, a precariedade da estabilidade, a incongruência do status quo providenciará um novo capítulo na História do Mundo.
O Mundo ainda não mudou contrariamente ao que os homens do mundo passado apregoam. O mundo irá mudar. Lentamente como é seu apanágio. Um novo capitulo no romance da Humanidade será, então, escrito ou pintado na página ou tela que pisamos e respiramos. A arte, a mestria, o ritmo, a cor, as palavras ou as imagens serão somente a inocência ou a hipocrisia da que a memória dos tempos da História do mundo nos atribuiu. Sejamos, pois os autores-atores deste estranho palco esperança com que a História nos brindou!
10 Junho 2020-06-10
Maria Teresa Nobre Soares

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