Ainda as urnas americanas não tinham arrefecido já os
vaticínios, extrapolações e congeminações cruzavam os ares, fossem das bandas
do ocidente, fossem do oriente.
O pesadelo tinha virado realidade!
Será mesmo pesadelo? Será que não se antevia a passos largos
a vitória de Trump? Os dados estavam lançados desde há muito tempo, todavia não
os queriam ver, porque a análise politica dirigida era primordial numa quase
certeza de purgatório comprado ou de uma cegueira intermitente…
Hillary ou Trump? A lei da
escolha do mal menor. Ambos representam a Terra que foi do” Leite e Mel” só que
em diferentes fotografias. Hillary já experimentara os corredores da Casa Branca
representando de certo modo o dejà vue,
uma vez que o povo americano, diga-se de um modo geral, é bastante arredio dos
galicismos europeus, pois que da França só sabe vagamente que a Liberty Enlightening the World, que por sinal já flete no seu
simbolismo, lhes foi oferecida por eles, porem
uma Hillary de percurso e comportamento quase modelar causou-lhes uma
certa gastrite, coisa estranha dada habituação a doses maciças de hamburgers e
litros de coke, mas há coisas que não se
explicam , pressentem-se.
Hillary, impecável na sua
aparência, bem-falante, clara e concisa, sem populismos exacerbados, com o
distanciamento certo, mas não desejado entre ela e o alvo votante, girou numa
América do seu pequeno circulo social, evitando ou não chegando à grande esfera
da iliteracia política capeada de valores pátrios tão distantes dos
transnacionais que o poder gere, a América profunda. Contudo o óbice de Hillary
não é ser Hillary ou Hill, mas, sim, porque é Clinton. E os americanos por mais
viagens que se orgulhem de fazer pelo espaço, no fundo da sua iliteracia
política não lhe perdoam a representação imaculada no caso da Lewinski. A velha
máxima de “preso por ter cão e por não ter” resulta sempre quando a perda foi o
que foi. Depois a sexismo estúpido que ainda subsiste e que contraria
Declaração Americana do Direitos e Deveres do Homem no seu artigo XX. Acresce,
ainda, que os Clinton dominam os media e, isso foi patente ao quase
“fabricar-se” nos últimos dias, semanas talvez, as ligeiras diferenças de
votos. A América ou os americanos por mais que sofram de iliteracia ainda não
sofrem de amnésia. Mas…
A escolha de Trump obedece a um
código muito americano, o tal da lógica ilógica.
O discurso tronante do
personagem, as ameaças perentórias aos emigrantes hispanos, as conceções
ultraliberais de um mundo em mutação, as promessas, as quais serão na sua
maioria inviáveis porque simplesmente são impossíveis de cumprir dada a
globalização económica que se vai sentido de lés a lés do planeta., fizeram uma
América cansada, recôndita e vetusta quase sonhar…e como dizia o poeta o “sonho
comanda a vida” …
Resta, pois, a parte valorativa,
a emocional, aquela que por ora se pensava não ser vendável. Os valores, ou
antes o equilíbrio de valores em Trump são uma cesta de laranjas azedas. Não
porque o personagem seja azedo, não, são azedas porque foram sempre colhidas
antes da época., por outras palavras apressadamente, sem sentido.
Mas a política nunca é o que
parece e, num dia destes estamos a ouvir um Donald Trump já bem-comportado,
assertivo, porém comedido conforme é necessário a um Senhor do Mundo, até
porque no desfiar do feixe de forças ninguém vai querer ser o primeiro a abrir
a maldita caixa de Pandora
Sentimo-nos descontentes, mas
esperançosos com é apanágio do ser Humano.
Boa noite e bons sonhos.
Maria Teresa Soares
2 comentários:
Trump se construir o tal muro
será para os americanos não saírem
Uma oportunidade para esta Europa se organizar
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