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10 novembro, 2016

. .Hillary versus Clinton…
Ainda as urnas americanas não tinham arrefecido já os vaticínios, extrapolações e congeminações cruzavam os ares, fossem das bandas do ocidente, fossem do oriente.
O pesadelo tinha virado realidade!
Será mesmo pesadelo? Será que não se antevia a passos largos a vitória de Trump? Os dados estavam lançados desde há muito tempo, todavia não os queriam ver, porque a análise politica dirigida era primordial numa quase certeza de purgatório comprado ou de uma cegueira intermitente…
Hillary ou Trump? A lei da escolha do mal menor. Ambos representam a Terra que foi do” Leite e Mel” só que em diferentes fotografias. Hillary já experimentara os corredores da Casa Branca representando de certo modo o dejà vue, uma vez que o povo americano, diga-se de um modo geral, é bastante arredio dos galicismos europeus, pois que da França só sabe vagamente que a Liberty Enlightening the World, que por sinal já flete no seu simbolismo, lhes foi oferecida por eles, porem  uma Hillary de percurso e comportamento quase modelar causou-lhes uma certa gastrite, coisa estranha dada habituação a doses maciças de hamburgers e litros de coke, mas há  coisas que não se explicam , pressentem-se.
Hillary, impecável na sua aparência, bem-falante, clara e concisa, sem populismos exacerbados, com o distanciamento certo, mas não desejado entre ela e o alvo votante, girou numa América do seu pequeno circulo social, evitando ou não chegando à grande esfera da iliteracia política capeada de valores pátrios tão distantes dos transnacionais que o poder gere, a América profunda. Contudo o óbice de Hillary não é ser Hillary ou Hill, mas, sim, porque é Clinton. E os americanos por mais viagens que se orgulhem de fazer pelo espaço, no fundo da sua iliteracia política não lhe perdoam a representação imaculada no caso da Lewinski. A velha máxima de “preso por ter cão e por não ter” resulta sempre quando a perda foi o que foi. Depois a sexismo estúpido que ainda subsiste e que contraria Declaração Americana do Direitos e Deveres do Homem no seu artigo XX. Acresce, ainda, que os Clinton dominam os media e, isso foi patente ao quase “fabricar-se” nos últimos dias, semanas talvez, as ligeiras diferenças de votos. A América ou os americanos por mais que sofram de iliteracia ainda não sofrem de amnésia. Mas…
A escolha de Trump obedece a um código muito americano, o tal da lógica ilógica.
O discurso tronante do personagem, as ameaças perentórias aos emigrantes hispanos, as conceções ultraliberais de um mundo em mutação, as promessas, as quais serão na sua maioria inviáveis porque simplesmente são impossíveis de cumprir dada a globalização económica que se vai sentido de lés a lés do planeta., fizeram uma América cansada, recôndita e vetusta quase sonhar…e como dizia o poeta o “sonho comanda a vida” …
Resta, pois, a parte valorativa, a emocional, aquela que por ora se pensava não ser vendável. Os valores, ou antes o equilíbrio de valores em Trump são uma cesta de laranjas azedas. Não porque o personagem seja azedo, não, são azedas porque foram sempre colhidas antes da época., por outras palavras apressadamente, sem sentido.
Mas a política nunca é o que parece e, num dia destes estamos a ouvir um Donald Trump já bem-comportado, assertivo, porém comedido conforme é necessário a um Senhor do Mundo, até porque no desfiar do feixe de forças ninguém vai querer ser o primeiro a abrir a maldita caixa de Pandora
Sentimo-nos descontentes, mas esperançosos com é apanágio do ser Humano.
Boa noite e bons sonhos.
Maria Teresa Soares

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