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Liberdade
– Liberdade, que estais no céu…
Rezava o padre nosso que sabia
A pedir-te, humildemente,
O pão de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.
– Liberdade, que estais na terra…
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
– Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
Miguel Torga
5 comentários:
Fantástico Miguel Torga! Sempre. Beijos.
Você me trouxe Torga. E eu olhei em outro sentido... Antes e para sempre.
Beijocas, querida.
Torga
sempre
Boas as suas memórias
Bjs
sempre um prazer ler a poesia de Miguel Torga (que prefiro à sua prosa)
deixar o medo IR
e abrir
portas
e
janelas
e
~ vo ar
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