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23 agosto, 2009






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Liberdade

– Liberdade, que estais no céu…
Rezava o padre nosso que sabia
A pedir-te, humildemente,
O pão de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.

– Liberdade, que estais na terra…
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.

Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
– Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.


Miguel Torga

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5 comentários:

  1. Fantástico Miguel Torga! Sempre. Beijos.

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  2. Você me trouxe Torga. E eu olhei em outro sentido... Antes e para sempre.

    Beijocas, querida.

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  3. Torga

    sempre

    Boas as suas memórias

    Bjs

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  4. sempre um prazer ler a poesia de Miguel Torga (que prefiro à sua prosa)

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  5. deixar o medo IR

    e abrir

    portas

    e

    janelas


    e


    ~ vo ar

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