Ázimos…
Na ponta dos dedos gretados, sangrados
A vida.
Rói, magoa, aperta, criva
O pulso latente.
De lutas, desejos, crenças, revoltas
O coração.
Parte, rasga, sangra, cura.
O amor
Da vida, da gente, do ir, do vir
A terra, o metal, o fogo, a água,
Os elementos
Em luta, em desespero, em gritos, em soluços
Unem, acrisolam, rasgam, apagam
O sentir
O mundo renasce, cresce, floresce, adormece
No olhar
Húmido, luzidio, revoltado, magoado
Do lutar.
Em ventres vazios, rasgados, frios,
Já prenhes de sonhos desfeitos,
Já ázimos de futuro,
Túberes do nada!