MCorreia de "Repensando" .desafiou-me para escrever algo utilizando doze palavras. Escolhê-las não é tarefa fácil, porque as palavras nascem ,não, sob a pena ou o dedo, mas antes no redondo do espírito como se fosse um mar a entornar-se na areia. Apanhei algumas gotas, uns salpicos e aqui vão.
No jardim molhado das palavras, há uma menina tímida de grandes caracóis. Chamam-lhe Verdade. Nasceu pequena e frágil, mas agarra a vida com as raízes fortes da determinação.
É de cor indefinida, direi entre o rosado da rosa, o amarelo da luz e o azul do céu. Aponta para a terra, murmura com o vento e pisca sempre para o sol. Na cabeça desta menina de caracóis soltos brilha o sonho de um amanhã digno, e na boca gulosa de amor sorri, sorri, sorri sempre como se o mundo nela bebesse o húmus da compreensão.
Por estes dias, a menina-palavra depois de muito cirandar pelo seu jardim tão repleto de pequenos pés verdes, sentou-se num canteiro de amarelinhos-jacintos-ternura que já pespontavam meio trémulos mas ansiosos por espreitarem a liberdade e pensou, assim de ensimesmada: o menino-vento tão forte e corrido, tão soprado de uivado bem podia levá-la num passeio de domingo junto ao azul-branco de algodão lá de cima. Gostava tanto de lá ir. Queria com o dedo fazer um desenho, um trejeito de redondos mais de direitos, de afuniladinhos e esticadinhos, tudo alinhado e bonitinho na palavrinha Amor.
Ah como seria lindo no algodão azul-branco, lá em cima, para todos verem e respirarem!
Tenho que nomear doze, como faz parte do acordo.Pois então.
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Boa noite e um queijo
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Desde já um obrigada a todos vós.