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Alguém que ama a vida e odeia as injustiças

26 maio, 2017

Mulher


Mulher
Mulher não é menina nem moça, mulher é gente vergada na liça da vida, é gente de mãos doridas que lava o rosto do futuro, é gente que engole a dor porque o amanhã é matriz do seu ventre, é gente que sorri quando a alma dói, é gente que chora quando o coração estilhaça é gente que cria, esquecendo-se, é gente que se ultrapassa porque se revive em cada dádiva.
Mulher não é mito de carne nem boneca vazia. A essas chamam-se bonecas de carne. As outras, as mulheres do mundo, são a gente de todos os dias. Aquelas que não têm retratos, nem entrevistas, aquelas que não são faladas, mas são lembradas. São as mães, são as mulheres dos homens ocupados ou desleixados, são as profissionais estranguladas em mil ofícios. Mulher é o cansaço de todos os dias derretido sob o sorriso feliz do filho. Mulher é a luta marcada pelo lugar que o mundo lhe negou. Mulher é o direito de Ser.
Mulher é o útero do mundo vomitado na dor altiva do amor. Mulher é a luta do passado, do hoje e do amanhã. Mulher é pedaço de pão levedado em formas caprichadas, tostadas ou esbranquiçadas, mas eternamente saborosas, o alimento do mundo. E, se outras as bocas se abrem famintas, ávidas no desejo eterno da fruição, sorrindo são saciadas.

Mulher é quem estende a mão, veste o corpo e acaricia o rosto. Mulher é quem nua de desejo dobra a alma na cama da vida, mulher é e será o odre da vida hoje e sempre, meus amigos.