Hoje é dia do Pai.
Já lá vão seis anos. Redondos.,
quiçá nem tão redondos assim. Tem dias em que têm esquadria, imperfeita é
certa, mas têm-na.
Hoje é um dia de esquadria
imperfeita. Não é redondo porque o círculo é imperfeito. A imperfeição da ausência.
Perceções que se ausentam. Pastel tornado aguarela que, se dilui- nas gotas do
tempo.
Hoje é dia do pai.
Não é simples rotina, nem
obrigatoriedade social na recordação e muito menos o assinalar conspícuo de uma
data. Na verdade, Pai, é lembrara-a tua essência de ser, aquilo que ficou em mim,
no melhor de mim. Não sei se será vaidade, arrogância, sei apenas que sou parte
de ti em sentir. Ser filha é ser carne mas é também, ser rio de sentires, ser alegria
ou lágrima. É a festa da vida gerada um dia, é a memória viva do passado em
presente.
Hoje é dia do pai.
Não acredito na rotina das
memórias nem nas frases perdidas aqui e ali, creio e sei, que as palavras
quando sentidas, quando feridas de amor povoam a memória do coração. Creio,
pai, que o meu coração possui a memória dos dias em que viveste, os claros, os
cinzentos e os negros. No teu, no nosso caleidoscópio de vida.
Hoje é dio do pai e,
Lá onde te habita o espirito
recebe simplesmente um beijo, o meu.
Sorrio e aceno-te.
Até outro dia, Pai.