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"...És homem, não te esqueças! Só é tua a loucura onde, com lucidez, te reconheças." Miguel Torga
27 maio, 2013
22 maio, 2013
Sentires
Sentires
Rio, rio e rio porque
choro,
Choro, choro e choro
porque vivo
Em sentir de ti.
Rói-se o corpo nu
Rebobina-se o coração
em latejar de alma despida,
E busca-se o sentido
na vida,
Do tempo nosso
passado- futuro,
Em presente reinventado,
Cadeado de amanhãs
por nascer.
Crime de alma em
arco-íris de pensamento,
De ferruginosas
chaves travado.
Mão estendida em rito
excitado de vida,
O olhar escancarado em
fome
De Ser.
-Ah, quisera sentir!
-Ah quisera que os
meus dedos enrolassem
Teus desejos perdidos,
E que meu sentir
fosse cesto de bagos líquidos
Na caverna do teu
Ter.
Ah como choro rindo
num sentir não perdido.
De mim sem ti!
.
.
10 maio, 2013
"Minha solidão não tem
nada a ver com a presença ou ausência de pessoas… Detesto quem me rouba
a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia…"
. .
01 maio, 2013
O cavalo |
Teus poros exalam o fumo
Do lar dos deuses de onde vieste.
Rompante de espuma e de lume
És sol quadrúpede ou mar equestre?
Desfilando derramas o ouro
Do teu rio inacabável,
Desmedido relâmpago louro
De um deus equídeo possante e frágil.
Tudo existiu para que fosses
No contraluz desta madrugada
Mitológica proporção perfeita
Em purpúrea bruma recortada.
Pois que te é divino mister
Humanos olhos extasiar
A dúvida é só perceber
Se vieste do sol ou do mar.
Natália Correia
Poesia Completa
Inéditos 1985/90
Publicações Dom Quixote
1999
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