Lágrima de Preta
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu me o que é costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de Sódio.
António Gedeão
pedi lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu me o que é costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de Sódio.
António Gedeão
Tão belo, tudo
ResponderExcluirque
apetece ficar
e cantar
e ficar.......
Um deslumbre. De poema. De imagem. Da tua sensibilidade ao juntar tudo isso nesta postagem.
ResponderExcluirQue maravilha a última estrofe! Tão verdadeira... Tristeza mar afora...
ResponderExcluirAdorei, Mateso!
Beijocas, querida.
António Gedeão é, sem dúvida, um dos meus poetas preferidos. E este poema é realmente magnífico. Nunca consegue cansar-me.
ResponderExcluirHá um prémio Lemniscata para ti, no Fio de Ariadne. Que premeia a tua escrita sempre tão rica e cuidada.
Um beijo :)
P.S. - Não estou esquecida do desafio que me fizeste. Mas o trabalho tem sido tanto... Pouco tempo para pensar... Mas dar-lhe-ei resposta!
gosto muito deste poema
ResponderExcluirjá sei que me vais dizer ... não tenho tempo ... tudo bem .aceito! ,
ResponderExcluirmas
apesar o "estrondo" de poema que seleccionaste
para quando um novo texto teu?
( mas ,por favor ,quando o escreveres ,publica.o de modo a que não haja confusões de leituras ,prometes?
fico à espera )
.
um beijo