Neste céu cinzento,
Que me envolve
Vejo as aves que planam.
Elas rodopiam,
Sobem,
Descem,
Como num louco carrossel
Em bandos
De ondas,
Num vai e vem, constante
Elas correm...
Como um corcel.
E eu, parado
Olho, observo...
Com o meu olhar de vazio.
E elas, enamoradas
Em duetos, desejados
Escrevem no ar
Passos de dança
Orquestrados...
Em valsas,
Em tangos,
Ou outras danças de voltear
Elas passeiam-se no ar
Perdidas, em abraços
De tanto namorar.
E eu perdido, neste jardim
Já nem me encontro,
Em mim,
De tanto ficar tonto
Destes voares loucos
Que se desprendem de mim.
Em pequenos sonos
De loucos sonhos
Onde passo, tantas vezes
Por ti...
Augusto Gil
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3 comentários:
Também é preciso aprender a ser livre
Belo poema
Tanto que se sonha e deseja.
Tanto que se voa que se sai de si e alado, por vezes se perde o sonho.
Um beijo.
PS.: Vou cobrar o desafio que te lancei! O que escreveste é demasiado belo para ficar preso naquela janelinha miserável!!! Quero mais, Mateso! As tuas palavras merecem o mundo de portas escancaradas!
que livre namorar...
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