Lágrimas ocultas
Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca
8 comentários:
pingos de luz
gotas de olhar
beijO
vemos. através das palavras.
Posso assinar por baixo? ... Beijinho
Fizeste me pensar que não dou uma gargalhada ``a tanto mas tanto tempo.
bjo
um bonito soneto ;)
Tento ver
Apáro-as
SÃO PÉTALAS
AMIGA
Tocas as palavras com a harpa do coração!
Um dos riscos de visitar o passado , até ao tempo dos dias felizes ... claros, despreocupados, dos afectos . Nunca chorei nestas viagens , apenas se apodera a nostalgia no final sobra sempre um sorriso.
Cosias ...
Um beijo para ti
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