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Alguém que ama a vida e odeia as injustiças

01 abril, 2008


Lágrimas ocultas

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

Florbela Espanca
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8 comentários:

un dress disse...

pingos de luz

gotas de olhar






beijO

isabel disse...

vemos. através das palavras.

Andreia disse...

Posso assinar por baixo? ... Beijinho

as velas ardem ate ao fim disse...

Fizeste me pensar que não dou uma gargalhada ``a tanto mas tanto tempo.


bjo

Anônimo disse...

um bonito soneto ;)

Mar Arável disse...

Tento ver

Apáro-as

SÃO PÉTALAS

AMIGA

addiragram disse...

Tocas as palavras com a harpa do coração!

Gi disse...

Um dos riscos de visitar o passado , até ao tempo dos dias felizes ... claros, despreocupados, dos afectos . Nunca chorei nestas viagens , apenas se apodera a nostalgia no final sobra sempre um sorriso.
Cosias ...

Um beijo para ti