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30 maio, 2007

Polina Seminova!!!

Quando o corpo flutua..
E a alma vibra na harmonia perfeita do movimento....
A melodia do ser é dança em ondas de som espraiado no areal da emoção...

29 maio, 2007

O Vento

William Turner Distant


O Vento

O vento passou na espiral da alma,

O vento dançou na linha do céu,

O vento pairou na terra …

Nos montes de cumes vazios

Nos rios de águas perdidas,

E nos campos calados

E o vento,

Bailou

Nas pestanas das árvores,

Nas faces abertas da flor

Solitária… e

Depois,

Cansou-se, girou e fugiu

Para longe, para o infinito…

Onde tudo é nada

E o nada é tudo.

,


.

28 maio, 2007

Greensleeves (unknown )





"A música é a melhor maneira que temos para digerir o tempo." W. Auden

23 maio, 2007

Monet

Monet
...E o mar ergueu as ondas em conchas de raiva branca e azul , abrindo-se ém águas crispadas de sal...





Hoje, vejo o mundo correr...
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Ontem, corri para o mundo...

ECCE HOMO

Da argila morna, surge,

A mão crispada,

Que se estende na procura

Do ar que flutua entre os dedos,

Depois o braço dobrado que se ergue

Na linha da vida,

A cabeça que se coloca erguida,

Por cima dos ombros,

Sustento de um corpo,

Ainda trémulo,

Mas já erecto,

As pernas vêm depois,

Fortes, ágeis,

Troncos robustos

De um percurso.

Ecce Homo….

E os olhos abrem-se

Num piscar gotejante,

A boca rasga-se,

Húmida e ávida.

A voz, gutural, ecoa

Dentro da alma

Desconhecida,

Mas latente.

O coração pulsa ritmado

Em jorros de sangue.

Ele move-se, conjuga gestos,

Trejeitos e pensamentos.

Num breve estender de mão.

Ecce homo…

Não sabe,

Não lhe foi dito,

Não lhe foi mostrado

Quão divina e mortal

É a sua criação,

Quão fugaz é o seu sopro

Nas teias por si tecidas,

Mas ignoradas.

Na violência, no desamor

De rios perdidos,

Na cupidez, no egoísmo

De altares vazios,

No correr, no perder

De almas cansadas.

Na vã glória dos actos

Grotescos e obscuros.

No riso, no esgar, no choro

Do seu ser de matéria, de pó,

De sémen, de vida.

Ecce Homo….

Pai da Razão e,

Filho da Alma …

Matriz da Humanidade

Que popula nos canteiros

Do Mundo…


Hoje, vejo o mundo correr...
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18 maio, 2007

Quando não há Amor


Ontem, corri para o mundo...
Hoje, vejo o mundo correr...
.

Quando não há Amor…

Soa o sino da raiva

No campanário

Do coração.

Bate a porta

Da razão…

Range a dor

Da despedida.


Quando não há amor…

O homem,

Perde-se,

No labirinto da vida

Partida.

Fecha a vidraça do olhar,

Tranca a alma no sentir.

Exangue,

Esconde-se

Nas esquinas do passado

Vivido.

Quando não há amor…

O mundo perde a luz,

Nos lábios trémulos

Das gentes,

Que passam e trespassam

O umbral dos sentidos,

Na procura errante

De uma estrela,

No universo mutante

Da Felicidade.

17 maio, 2007

Debussy Clair de Lune

Le ciel est,par-dessus le toit,
Si bleu, si calme!

Paul Verlaine, Sagesse

16 maio, 2007

Thinking Blogger Award


Thinking Blogger Award


a vela foi escolhida

www.vozaovento.blogspot.com.
www.un-dress.blogspot.com "uma das condições indispensáveis da criação é a ingenuidade...."
www.borrowingme.blogspot.com
www.silencioquefala.blogspot.com "as palavras são dadas,trocadas,oferecidas, vendidas..."
www.moriana.blogspot.com "é o meu ser que escreve nas minhas mãos vazias...."

David


Ontem, corri para o mundo...
Apenas um pensamento: "Nem sempre se pode ser herói, mas
pode-se, sim, ser sempre humano"

Goethe

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14 maio, 2007

Eine kleine Nachtmusik (Wolfgang Amadeus Mozart)

Art poétique

De la musique avant toute chose,
E pour cela préfère l'impair
Plus vague et plus soluble dans l'air,
Sans rien en lui qui peèse ou qui pose.
.........................

Car nous voulons la Nuance
encor,
Pas la Couleur, rien que la nuance!
Oh! la nuance seule fiance
Le rêve au rêve et la flute au cor!

Paul Verlaine

12 maio, 2007

Mozart Piano Concerto K. 467 - II. Andante

"Elvira Madigan"

Quando a Verdade é Única

11 maio, 2007


Ontem, corri para o mundo...
Hoje, vejo o mundo correr...

".....................Our rash faults,
Make trivial price of serious things we have,
Not knowing them, until we know their grave:
Destroy our friends,and after weep their dust:
Our own love, waking, cries to see what's done,
While shameful hate sleeps out the afternoon......"


William Shakespeare "All's well that ends well"
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Ontem, corri para o mundo...
Hoje, vejo o mundo correr...
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Uma Flor

Cresce no ventre

Da terra

Mãe.

A flor

Botão,

De vida

Trémula,

Suave,

Escondida,

Entre

Gotas de vida.,

E brisas de sonho.

A flor,

Cresce,

Na vida do mundo,

E abre-se- ao sol

Do desejo,

E esvanece à brisa

Do tempo.

Mas… a flor

Afinal…é a Criança

Que nasce,

Sorri,

Chora,

Cresce.

Num cálice

Feito de ternura.

É a mulher

Que abre,

As suas pétalas,

Em ninhos,

De amor.

Que frutifica,

O pólen

Do seu ventre

Em, bênçãos

De Vida

É a luta,

Do homem,

A esperança

Do sonho,

Desejado,

Perdido,

Mas encontrado

Nas águas

De uma força

Parida,

Dorida,

Amada,

De um ser,

De um Filho,

De uma Razão.,

De uma Vida.

10 maio, 2007

Musée d'Orsay

O impressionismo no seu melhor.. e verdi! que binómio exclusivo. Apreciem .

06 maio, 2007

Ontem, corri para o mundo...
Hoje, vejo o mundo correr...
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Sou e Serei…

Sou e serei ser, coisa viva, alma plangente,

Enquanto a vida, o amor, a dor,

Em mim,

Brotarem livres, ágeis e dançantes.

Enquanto, o meu irmão, homem ou mulher,

Em si,

Escutar o som, a brisa, o vento

Do viver,

Do rir,

Enquanto a mariposa subtil voar,

No ar,

No céu,

No olhar da criança

Enquanto as mãos doridas da vida,

Se entrelaçarem,

Em nós de fadigas,

Enquanto as bocas se abrirem,

Vazias e secas

De fome,

De esperança,

Enquanto além no azul do mundo

Houver uma luz,

Um brilho,

Uma estrela,

Enquanto a vida latejar

Em golfadas

De sonho e brisas de desejo.

Sou e serei gente.

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Josefa d'Òbidos

Josefa d'Óbidos "cerejas e queijo"


Ontem, corri para o mundo...
Hoje, vejo o mundo correr...
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04 maio, 2007

Gerações-

Paula Rego As Meninas
Ontem, corri para o mundo...

Hoje, vejo o mundo correr...


GERAÇÕES

Corpo magro e inquieto, cabelo revolto e espetado, membros finos e longos, olhos vivos mas despidos, boca cerrada. Movimenta-se ritmado em passos elásticos e bamboleantes, cruza o dia a dia numa semi-sonolência própria de quem não quer viver tudo, mas é tudo aquilo, que está a viver. Chama-se, António, Fred, Paul, Hans, afinal o jovem adolescente deste mundo global de identidades semelhantes e ideais partilhados.

Não gostam do instituído porque os maça. Não querem regras porque são incómodas e chatas. Não gostam da ordem porque os afoga. Criticam as gerações anteriores porque as acham ignorantes e incompetentes. Movem-se num mundo de coisas feitas ou adquiridas. Acham-se no direito de obter tudo o que desejam, porque, afinal a vida pertence-lhes e, os outros já viveram a sua cota parte. Odeiam o pré - estipulado porque vai contra o sentimento de procura, de aventura, de adrenalina, como dizem. Vivem na busca de sensações, sejam elas quais forem. O mundo é pequeno e circulam por ele de olhos abertos, e por vezes entediados, já que a avidez de conhecimentos circunscreve-se apenas a algumas e, esporádicas áreas.

Aviltam-se perante a norma mas recriam-se em relações humanas. São mais tolerantes, menos fechados, mais abertos aos seus pares. Não vivem na conflituosidade do parecer bem e desejar outra coisa. São frontais, excessivos, e minimamente humildes.

Incrédulos na sabedoria dos mais velhos definem-nos como ultrapassados, fechados à inovação, em suma obsoletos. Deles, esperam apenas o apoio, seja ele económico ou outro, desde que lhes proporcione o bem-estar.

A vida pertence-lhes. Não sonham em mudar o mundo, como outrora uma geração, a minha, chamada de sessenta, pretendeu e em alguma coisa o conseguiu, apesar de ter esvaziado esse sonho em algibeiras de poder e carteiras gratificantes. É o erro maior que se lhes aponta. Quem sonha não pode, não deve, ser engolido pelos interesses instalados nem muito menos acomodar-se num sofá fofo e florido de uma “vidinha” satisfeita.

Mas, foi a geração dos sonhadores desfeitos e acomodados que floriu nesta de rebentos vorazes e acres, pretendendo ser as árvores de um amanhã muito envolto em pseudo solidariedade mas que na realidade, não será senão um aceno aflorado de promessas.

Todavia e, porque as excepções sempre existiram embora casos, houve, que fizeram a regra, não sendo de todo o caso, coabitam jovens plenos de justiça, valor, conhecimento, solidariedade e carácter social e humano. Aqueles que sabem excluir o podre e caduco mas aproveitar o bom e sólido da geração que os pariu. Aqueles que desde cedo lutam por ideais sejam eles intelectuais, sociais ou simplesmente pessoais. Aqueles que sabem sorrir quando perdem e têm forças para lutar na adversidade. Esses, serão a força de um futuro, que se avizinha cada vez mais difícil e vazio de sentimentos.

Daqui a uns anos alguém, provavelmente, um cinquentenário, fará também uma pequena ou grande reflexão sobre o tema e, nessa altura certamente, as palavras serão mais graves, particularmente agudas ou ainda sofrivelmente esdrúxulas, de acordo com o estilo em vigor.

01 maio, 2007

Almada Negreiros

Ontem, corri para o mundo...
Hoje, vejo o mundo correr...
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