Quando o corpo flutua..
E a alma vibra na harmonia perfeita do movimento....
A melodia do ser é dança em ondas de som espraiado no areal da emoção...
"...És homem, não te esqueças! Só é tua a loucura onde, com lucidez, te reconheças." Miguel Torga
30 maio, 2007
Polina Seminova!!!
29 maio, 2007
O Vento
O Vento
O vento passou na espiral da alma,
O vento dançou na linha do céu,
O vento pairou na terra …
Nos montes de cumes vazios
Nos rios de águas perdidas,
E nos campos calados
E o vento,
Bailou
Nas pestanas das árvores,
Nas faces abertas da flor
Solitária… e
Depois,
Cansou-se, girou e fugiu
Para longe, para o infinito…
Onde tudo é nada
E o nada é tudo.
,
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28 maio, 2007
23 maio, 2007
Monet
...E o mar ergueu as ondas em conchas de raiva branca e azul , abrindo-se ém águas crispadas de sal...
Hoje, vejo o mundo correr...
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22 maio, 2007
Ontem, corri para o mundo...
ECCE HOMO
Da argila morna, surge,
A mão crispada,
Que se estende na procura
Do ar que flutua entre os dedos,
Depois o braço dobrado que se ergue
Na linha da vida,
A cabeça que se coloca erguida,
Por cima dos ombros,
Sustento de um corpo,
Ainda trémulo,
Mas já erecto,
As pernas vêm depois,
Fortes, ágeis,
Troncos robustos
De um percurso.
Ecce Homo….
E os olhos abrem-se
Num piscar gotejante,
A boca rasga-se,
Húmida e ávida.
A voz, gutural, ecoa
Dentro da alma
Desconhecida,
Mas latente.
O coração pulsa ritmado
Em jorros de sangue.
Ele move-se, conjuga gestos,
Trejeitos e pensamentos.
Num breve estender de mão.
Ecce homo…
Não sabe,
Não lhe foi dito,
Não lhe foi mostrado
Quão divina e mortal
É a sua criação,
Quão fugaz é o seu sopro
Nas teias por si tecidas,
Mas ignoradas.
Na violência, no desamor
De rios perdidos,
Na cupidez, no egoísmo
De altares vazios,
No correr, no perder
De almas cansadas.
Na vã glória dos actos
Grotescos e obscuros.
No riso, no esgar, no choro
Do seu ser de matéria, de pó,
De sémen, de vida.
Ecce Homo….
Pai da Razão e,
Filho da Alma …
Matriz da Humanidade
Que popula nos canteiros
Do Mundo…
Hoje, vejo o mundo correr...
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18 maio, 2007
Quando não há Amor
Ontem, corri para o mundo...
Hoje, vejo o mundo correr...
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Quando não há Amor…
Soa o sino da raiva
No campanário
Do coração.
Bate a porta
Da razão…
Range a dor
Da despedida.
Quando não há amor…
O homem,
Perde-se,
No labirinto da vida
Partida.
Fecha a vidraça do olhar,
Tranca a alma no sentir.
Exangue,
Esconde-se
Nas esquinas do passado
Vivido.
Quando não há amor…
O mundo perde a luz,
Nos lábios trémulos
Das gentes,
Que passam e trespassam
O umbral dos sentidos,
Na procura errante
De uma estrela,
No universo mutante
Da Felicidade.
17 maio, 2007
16 maio, 2007
Thinking Blogger Award
Thinking Blogger Award
www.vozaovento.blogspot.com.
www.un-dress.blogspot.com "uma das condições indispensáveis da criação é a ingenuidade...."
www.borrowingme.blogspot.com
www.silencioquefala.blogspot.com "as palavras são dadas,trocadas,oferecidas, vendidas..."
www.moriana.blogspot.com "é o meu ser que escreve nas minhas mãos vazias...."
David
14 maio, 2007
Eine kleine Nachtmusik (Wolfgang Amadeus Mozart)
Art poétique
De la musique avant toute chose,
E pour cela préfère l'impair
Plus vague et plus soluble dans l'air,
Sans rien en lui qui peèse ou qui pose.
.........................
Car nous voulons la Nuance
encor,
Pas la Couleur, rien que la nuance!
Oh! la nuance seule fiance
Le rêve au rêve et la flute au cor!
Paul Verlaine
12 maio, 2007
11 maio, 2007
Ontem, corri para o mundo...
Hoje, vejo o mundo correr...
".....................Our rash faults,
Make trivial price of serious things we have,
Not knowing them, until we know their grave:
Destroy our friends,and after weep their dust:
Our own love, waking, cries to see what's done,
While shameful hate sleeps out the afternoon......"
William Shakespeare "All's well that ends well"
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Ontem, corri para o mundo...
Hoje, vejo o mundo correr...
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Uma Flor
Cresce no ventre
Da terra
Mãe.
A flor
Botão,
De vida
Trémula,
Suave,
Escondida,
Entre
Gotas de vida.,
E brisas de sonho.
A flor,
Cresce,
Na vida do mundo,
E abre-se- ao sol
Do desejo,
E esvanece à brisa
Do tempo.
Mas… a flor
Afinal…é a Criança
Que nasce,
Sorri,
Chora,
Cresce.
Num cálice
Feito de ternura.
É a mulher
Que abre,
As suas pétalas,
Em ninhos,
De amor.
Que frutifica,
O pólen
Do seu ventre
Em, bênçãos
De Vida
É a luta,
Do homem,
A esperança
Do sonho,
Desejado,
Perdido,
Mas encontrado
Nas águas
De uma força
Parida,
Dorida,
Amada,
De um ser,
De um Filho,
De uma Razão.,
De uma Vida.
10 maio, 2007
07 maio, 2007
06 maio, 2007
Hoje, vejo o mundo correr...
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Sou e Serei…
Sou e serei ser, coisa viva, alma plangente,
Enquanto a vida, o amor, a dor,
Em mim,
Brotarem livres, ágeis e dançantes.
Enquanto, o meu irmão, homem ou mulher,
Em si,
Escutar o som, a brisa, o vento
Do viver,
Do rir,
Enquanto a mariposa subtil voar,
No ar,
No céu,
No olhar da criança
Enquanto as mãos doridas da vida,
Se entrelaçarem,
Em nós de fadigas,
Enquanto as bocas se abrirem,
Vazias e secas
De fome,
De esperança,
Enquanto além no azul do mundo
Houver uma luz,
Um brilho,
Uma estrela,
Enquanto a vida latejar
Em golfadas
De sonho e brisas de desejo.
Sou e serei gente.
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04 maio, 2007
Gerações-
Ontem, corri para o mundo...
Hoje, vejo o mundo correr...
GERAÇÕES
Corpo magro e inquieto, cabelo revolto e espetado, membros finos e longos, olhos vivos mas despidos, boca cerrada. Movimenta-se ritmado em passos elásticos e bamboleantes, cruza o dia a dia numa semi-sonolência própria de quem não quer viver tudo, mas é tudo aquilo, que está a viver. Chama-se, António, Fred, Paul, Hans, afinal o jovem adolescente deste mundo global de identidades semelhantes e ideais partilhados.
Não gostam do instituído porque os maça. Não querem regras porque são incómodas e chatas. Não gostam da ordem porque os afoga. Criticam as gerações anteriores porque as acham ignorantes e incompetentes. Movem-se num mundo de coisas feitas ou adquiridas. Acham-se no direito de obter tudo o que desejam, porque, afinal a vida pertence-lhes e, os outros já viveram a sua cota parte. Odeiam o pré - estipulado porque vai contra o sentimento de procura, de aventura, de adrenalina, como dizem. Vivem na busca de sensações, sejam elas quais forem. O mundo é pequeno e circulam por ele de olhos abertos, e por vezes entediados, já que a avidez de conhecimentos circunscreve-se apenas a algumas e, esporádicas áreas.
Aviltam-se perante a norma mas recriam-se em relações humanas. São mais tolerantes, menos fechados, mais abertos aos seus pares. Não vivem na conflituosidade do parecer bem e desejar outra coisa. São frontais, excessivos, e minimamente humildes.
Incrédulos na sabedoria dos mais velhos definem-nos como ultrapassados, fechados à inovação, em suma obsoletos. Deles, esperam apenas o apoio, seja ele económico ou outro, desde que lhes proporcione o bem-estar.
A vida pertence-lhes. Não sonham em mudar o mundo, como outrora uma geração, a minha, chamada de sessenta, pretendeu e em alguma coisa o conseguiu, apesar de ter esvaziado esse sonho em algibeiras de poder e carteiras gratificantes. É o erro maior que se lhes aponta. Quem sonha não pode, não deve, ser engolido pelos interesses instalados nem muito menos acomodar-se num sofá fofo e florido de uma “vidinha” satisfeita.
Mas, foi a geração dos sonhadores desfeitos e acomodados que floriu nesta de rebentos vorazes e acres, pretendendo ser as árvores de um amanhã muito envolto em pseudo solidariedade mas que na realidade, não será senão um aceno aflorado de promessas.
Todavia e, porque as excepções sempre existiram embora casos, houve, que fizeram a regra, não sendo de todo o caso, coabitam jovens plenos de justiça, valor, conhecimento, solidariedade e carácter social e humano. Aqueles que sabem excluir o podre e caduco mas aproveitar o bom e sólido da geração que os pariu. Aqueles que desde cedo lutam por ideais sejam eles intelectuais, sociais ou simplesmente pessoais. Aqueles que sabem sorrir quando perdem e têm forças para lutar na adversidade. Esses, serão a força de um futuro, que se avizinha cada vez mais difícil e vazio de sentimentos.
Daqui a uns anos alguém, provavelmente, um cinquentenário, fará também uma pequena ou grande reflexão sobre o tema e, nessa altura certamente, as palavras serão mais graves, particularmente agudas ou ainda sofrivelmente esdrúxulas, de acordo com o estilo em vigor.