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08 janeiro, 2017

Requiem Para um Homem

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Requiem para um Homem
Quando se tem noventa dois anos férteis de memórias, um acrisolado amor pela vida, quando  se é herói e anti-herói de um mundo ganho e perdido, quando se respira o liquido da liberdade nos pulmões dos  dias, quando se vive no carrossel da política , quando aqueloutros vindos do império sul despojados do “EU “das suas vidas o odiaram , quando  outros regressados de exílios sofridos o amaram, quando as consciências se apaziguaram, então o quase herói pode  finalmente ser ele próprio.
Mário Soares foi um Homem. Foi grande e pequeno como todos os homens. Na sua grandeza lutou a deu-nos aquela coisa que dá pelo nome de liberdade e que tantas vezes mal-usamos, mesmo na sua morte e com a sua morte. Foi grande porque amou a vida mastigando-a com prazer bebendo-a em sorvos redondos, soube amar o seu povo enaltecendo-o. Soube ser mais pragmático do que teórico como cabe a um homem de coração. Foi pequeno, por isso mesmo porque os erros nascem do instinto e são combatidos pela razão política, o que desdenhou.
A memoria é uma haste vibrátil, que ora verga ora ondula, porém, a memória do Homem ficará, nos dias de hoje, nos de amanhã e nos dias elíticos da política. Ficará na História do tempo, mas e a história da alma? Essa, simplesmente ficara inscrita no kyrie deste Requiem.

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