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08 julho, 2009



Auto-retrato

Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.

Natália Correia


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Posted by Picasa

10 comentários:

  1. Maravilhosa Natália! Obrigada pela escolha e pela partilha. Beijos.

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  2. Magníficos! Foto e poema.

    São tão diversos os ardis... Fêmeas ou monjas, enredamo-nos.

    Beijocas da leitora.

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  3. mulher de hormonas e

    espuma

    mulher de sexo e

    bruma,

    [ natália-de-nós,



    beijo




    ~

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  4. uma felicíssima escolha
    ou
    não fora uma das maiores poetas portuguesas

    ( subtil o jogo de imagens sobrepostas )



    .
    um beijo

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  5. Natália Correia tem esse dom: de nos maravilharmos perante a sua poesia

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  6. Lindíssimo poema, excelente escolha!

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  7. Recordaste-me

    a viagem que fizemos

    à Dinamerca

    a propósito do Congresso Mundial

    da Paz

    Bjs

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  8. muito bonito e a imagem... tratada no mais perfeito coordenado!

    um beijo
    luísa

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  9. Como gosto de Natália! Sempre presente em minhas leituras!

    Uma sensibilidade só possível de sentir através do seu poetar!
    Uma mulher linda, dizem!

    Um beijo amistoso,

    Sensibilizada pela presença afectuosa, sempre!

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