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.Uma Voz Na Pedra
Não sei se respondo ou se pergunto.
Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio.
Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra.
Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho.
De súbito ergo-me como uma torre de sombra fulgurante.
A minha ebriedade é a da sede e a da chama.
Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio.
O que eu amo não sei. Amo em total abandono.
Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente.
Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim.
Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido.
Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
Não sou a destruição cega nem a esperança impossível.
Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.
Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio.
Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra.
Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho.
De súbito ergo-me como uma torre de sombra fulgurante.
A minha ebriedade é a da sede e a da chama.
Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio.
O que eu amo não sei. Amo em total abandono.
Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente.
Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim.
Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido.
Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
Não sou a destruição cega nem a esperança impossível.
Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.
António Ramos Rosa
Mateso querida, sempre postando boas coisas, para encantar seus visitantes... O António Ramos Rosa está de parabéns! Gostei tanto que quase cheguei ao ponto de escutar "Uma voz da pedra"... Confesso que terminei minha leitura, um tanto chamuscada pelas centelhas poéticas. Diria, inclusive, que elas incendiaram o meu silêncio. Obrigada por esse delicioso instante de prosa. Beijinhos.
ResponderExcluirAntónio Ramos Rosa é diferente, gosto das suas palavras.
ResponderExcluirE do teu gosto.
Beijinho*
Não ha nada como as palavras!
ResponderExcluirbjo
Boa memória
ResponderExcluirsempre renascida
bjs
Fazer poesia é voar fora das asas, segundo o poeta Manoel de Barros.
ResponderExcluirO Antonio já está voando...
Ma-ra-vi-lha!!!
Beijos em Mateso. Grata, Antonio.
Gostei deste poema de António Ramos Rosa
ResponderExcluirin-comentável
ResponderExcluirbeijo
~
este é um daqueles poemas que sabe bem reler ao longo da vida, por quanto tem sentidos que nos dão sentido :) um grande beijinho, mateso. e obrigada pelo que escreveu n'a tradução.
ResponderExcluirLindo poema e lindo blog!
ResponderExcluirBom fim de semana pra vc!
É com palavras destas que começamos a acreditar que as palavras têm realmente um poder extraordinário.
ResponderExcluira certeza do mestre
ResponderExcluira in certeza do poeta
.
um beijo
Que coisa gira!!! :)))
ResponderExcluirAntónio Ramos Rosa é irmão de um amigo que foi meu vizinho em Moçambique!!! encontrar aqui obra dele é super interessante :)
Bjinho