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Alguém que ama a vida e odeia as injustiças

05 junho, 2007

Modigliani

O Companheiro

Olho-o de soslaio, companheiro de vida, parte redonda do meu ser…

Está meio adormecido. A labuta do dia foi forte, como sempre. E os anos já vão contando, pese a ligeireza física.

Dormita, naquele soer de névoa doce. Olho-o. De frente. Vejo os traços outrora mais leves, gravados pela vida … em linhas rectas inexplicáveis de cansaço.

Recordo-me, do dia, já longe, que o conheci. Tinha sorriso aberto perpassado de ingenuidade e alegria do amanhã. Era jovem. Era forte.

Demos as mãos, naquele dia, e fugimos mundo adentro, ignorantes da estrada que o destino nos reservava. Foi


dura. Mas, as mãos que muitas vezes se largaram, também outras se uniram, e fomos saltando os troços.

Vejo-o…

As cãs estão lá. Dão-lhe um ar de pessoa respeitável, de pessoa crescida, vivida e dorida. Alguém que cresceu alargando o coração. Que nunca foi pequeno.

O riso já não criva o ar, mas o sorriso é terno e enche o peito.

Olho-o. As imagens brotam. Ontem e hoje, passado e presente. Uma vida. A nossa vida.

Sorrimos … Sem palavras… É já o nosso mundo…Sereno mas vivo. De mãos breves e teias moldadas nas linhas vividas do amor..

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11 comentários:

CNS disse...

Bonito abraço que lhe deste aqui...

Bruna Pereira Ferreira disse...

As lembranças são mesmo isso, ténues e delicadas, mas ao mesmo tempo grossas e agressivas, num tom de tinta que não tem corrente artística para além do expressionismo sentimental.

Adorável. :)

Mateso disse...

Obrigada, sois muito gentis. Fico feliz pelas vossas palavras.

un dress disse...

tanta.ternura.tanta.doçura

tanto.canto



...TANTO...!!


saio feliz...!!

/levo um pedaço da tua teia moldada nas linhas do amor.../


beijO :)

Isabel Magalhães disse...

a ternura do amor...


o amor feito ternura.






***
I.

Mateso disse...

A ternura é um pedaço de amor sensível. Ternos são os anos...passados e vindouros. Assim o espero.
Obrigada Un-dress
Um beijo

Mateso disse...

A ternura é a gota doce do amor.
Obrigada Isabel
Bj.

Abssinto disse...

Belo. O meu Modi é como o "menino dorme" do verso do Sá-Carneiro. Vejo sempre na minha cabeça a imagem dele morto no banco de jardim durante o inverno de paris e a subsequente projecção da musa dele para a rua. "Modi" (maldito).

Belo, repito.

bj

Anônimo disse...

I don't understand Portuguese, but I love the art work on this blog. I can pick out a few words here and there!

Mateso disse...

Abssinto,
Obrigada pelas tuas palavras. Todos temos os nossos Modi.
Bj.

Mateso disse...

Thank you for your visit across the Atlantic. Using Solomon words the season of patience must be endured.. I think it happens all over the world no matter the place we are...
I enjoyed your blog, as well. I'll be popping in...
Bye.