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Alguém que ama a vida e odeia as injustiças

23 maio, 2010



As palavras

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?


Eugénio de Andrade

..

3 comentários:

Maria disse...

Belíssimo! Tudo!

:)

tiaselma.com disse...

Recolhem-nas os que as amam. Palavras benditas, bem ditas.

Beijocas saudosas dessa Mateso Azul...

Selminha

lu_menina_05@yahoo.com.br disse...

FICOU MARAVILHOSO