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Alguém que ama a vida e odeia as injustiças

24 abril, 2010



T o u r a d a

...Não importa sol ou sombra
camarotes ou barreiras
toureamos ombro a ombro
as feras.
Ninguém nos leva ao engano
toureamos mano a mano
só nos podem causar dano
espera.

Entram guizos chocas e capotes

e mantilhas pretas
entram espadas chifres e derrotes
e alguns poetas
entram bravos cravos e dichotes
porque tudo o mais
são tretas.

Entram vacas depois dos forcados

que não pegam nada.
Soam brados e olés dos nabos
que não pagam nada
e só ficam os peões de brega
cuja profissão
não pega.

Com bandarilhas de esperança

afugentamos a fera
estamos na praça
da Primavera.

Nós vamos pegar o mundo

pelos cornos da desgraça
e fazermos da tristeza
graça.

Entram velhas doidas e turistas

entram excursões
entram benefícios e cronistas
entram aldrabões
entram marialvas e coristas
entram galifões
de crista.

Entram cavaleiros à garupa

do seu heroísmo
entra aquela música maluca
do passodoblismo
entra a aficionada e a caduca
mais o snobismo
e cismo...

Entram empresários moralistas

entram frustrações
entram antiquários e fadistas
e contradições
e entra muito dólar muita gente
que dá lucro as milhões.

E diz o inteligente

que acabaram asa canções.

ARY DOS SANTOS

3 comentários:

Mar Arável disse...

Um dia seremos de novo

crianças

sempre em ABRIL

tiaselma.com disse...

Interessantíssimo o poema, Mateso! Vou ficar de olho no poeta!

Beijocas amigas.

Laura Ferreira disse...

Sempre bom recordar...