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Alguém que ama a vida e odeia as injustiças

18 outubro, 2008

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.Uma sopinha

A neblina húmida da manhã varria o passeio emprestando-lhe o molhado que torna as solas dos sapatos mais escuras. Era uma manhã de Outubro. Daquelas em que o ar fresco espreita nos olhos do dia. Uma correntezinha com uns piquitos de frio percorreu as costas de mulher que ataviada de mala, computador e mais carteira, não deixava muito por adivinhar qual seria a profissão. Era professora. Vestia o cansaço dos dias nas olheiras bem aconchegadas, no macilento do rosto e ainda num cabelo pseudo-penteado. Percorria o passeio junto ao mar, talvez para beber a calma do rio. Do outro lado, o Porto remexia-se na paisagem. Mais meia hora, e, aquela calma feita de nevoeiro e abraçada no cheiro de maresia lá ficaria para trás. Inspira e fustiga o passo. Ainda bem que trouxe estes sapatos, estão um bocadito cambados mas as calças disfarçam. E trincando uma barra de chocolate, um devaneio, senta-se no banco de pedra da marginal. Quer arrecadar o princípio do dia na alma. Inspira.

………………

Na casita areada de amarelo sujo, pespontada de janelas pequenas e porta velha, Mário pega na mochila saindo pela porta da cozinha que fecha devagar. Cá fora traga o ar molhado que lhe enche os pulmões e preenche o estômago vazio. Dói. A fome dói. Que bom era agora uma molete quentinha mais uma caneca de leite. Engole mais um pedaço de saliva para forrar a fome. Atravessa a rua. Não resiste. Tem que ir até à beira-rio. Ainda tem um tempinho. Enquanto caminha dez réis de gente, corpo miúdo, olhar nervoso e cabelo negro escorrido em guedelhas sem pesponto, Mário pensa como a vida está brava. A mãe, esfalfa-se a trabalhar. Dá horas em casa de duas patroas. Mas, a coisa está má. Não lhe pagam. Não é justo. As Madamas todas de nariz empinado e voz aflautada, sempre ao volante dos seus BMWs ou Audis, todas aperaltadas sem partirem uma unha que seja. A mãe, coitada sempre dobrada ora na limpeza ora na lavagem, ao ferro, e, sabe-se lá que mais. Depois nem um cêntimo. Lá lhe vão dando umas migalhas. Os restos da pouca comida que faziam. Esta gente come pouco É chic. Só os pobres têm fome. Rico não tem. Coisas da vida. Até na barriga há diferença. Injustiça, isso sim. O pai está no desemprego, sempre o conheceu nesta profissão. Foi sempre a mãe. Um dia quando for rico vai dar-lhe tudo. É tão boa a sua mãe. Sorri e a fome parece que se esconde um bocadinho.

Do outro lado o Douro acorda molengão e cinzento. Hoje também não está feliz. Olha-o. Encosta-se ao banco mesmo em frente. Na outra ponta senta-se uma senhora de ar cansado. Ah, já a viu. É isso, é professora lá na escola. Um cheiro doce agride-lhe as narinas. Instintivamente dilata -as. ui! que picada no estômago, foi mesmo do cheiro do bendito chocolate. Olha, lambendo os lábios. Ah, que bem lhe sabia uma dentadinha… devagar, devagarinho entreabre a boca. Os olhos fixam-se quase hipnotizados no pedaço de chocolate. A professora olha-o. Pára de mastigar e pergunta-lhe:

-Já tomaste o pequeno-almoço

-O que é isso?

-Já comeste, bebeste leite ou comeste pão?

-Não. Ontem à noite comi a sopa.

Olha-o. A neblina desceu -lhe aos olhos. Levanta-se, chegando-se a ele, poisa-lhe a mão no braço e diz-lhe:

-Anda daí vamos tomar o pequeno-almoço…

Mário arregala os olhos escuros. Pega na mochila e coloca-se ao seu lado. Conhece-a. Tem cara de boa. Isto tem que se sentir, ter um certo cuidado. É isso, vai com ela. Está seguro.

-Como te chamas?

-Mário, Mário Silva

-Olha Mário vamos aqui já a este cafezito e tu vais beber uma meia de leite e comer pão, está bem?

-Oh, obrigado, mas …. Eu não quero dar trabalho.

-Qual trabalho, qual carapuça. Vais comer e pronto.

Fernanda senta-se na cadeira em frente do pequeno. Mário, com uma mão na chávena e outra no pão despacha, voraz, ambos. Uns bigodes cor de avelã sombreiam-lhe os lábios, A língua espreita aproveitando os restos que se colam. O olhar pisca-lhe entre os goles. Come e bebe de um fôlego, como se o leite ou o pãozinho pudessem ter pernas e fugir. Tem nos olhos o calor do corpo já aconchegado. Nas comissuras dos lábios reina um trejeito alegre. Fernanda sente um arrepio. Estremece. Cruza a perna, alisa maquinalmente os caracóis revoltos e tocando-lhe no braço pergunta-lhe:

-Ouve Mário vives com os teus pais?

-Sim, com eles, com a Ritinha e com a Xanata

-Tens irmãs é isso?

-Sim, a Ritinha e a gata.

-…. ?

-A minha mãe trabalha o dia todo, em casa de duas senhoras. O meu pai está aleijado, muito. Teve um acidente. É ele que vai fazendo alguma coisa lá por casa. E trabalha na madeira. É muito bom. Mas não tem encomendas. Eu logo que saio da escola, vou a correr buscar a Ritinha. Devia vê-la, é tão bonita a minha irmã. E Boazinha. Tem cinco anos.

-E tu? Quantos anos tens?

-Onze! Ando já no sexto ano. E até não sou mau aluno. Há algumas disciplinas que não gosto muito, mas lá tem que ser.

- Olha Mário estão aqui duas sanduíches para comeres ao almoço, mais um pacote de sumo. Agora vamos, que está quase na hora.

-Obrigada, a professora é professora, não é? É muito boa. Sabe ,dantes lá em casa ,não era assim. Havia comida, mas agora o dinheiro que vem, vai para os remédios do pai, para a Ritinha que ainda é pequena. Depois temos que pagar a renda senão põem-nos na rua. É difícil ,e, as Madamas não pagam à minha mãe ,que se mata a trabalhar. Está difícil. Mas não somos os mais pobres. A minha mãe faz a sopa e comemos à noite, e temos casa, e temos água e luz e ainda alguma roupa e sapatos. Não somos os mais pobres. Não somos, não.

-Olhe professora eu posso dar uma sandes ao João, posso?

-Quem é o João, Mário? O teu pai?

- Não professora. É o meu amigo. Ele é pobre. Nem sopa tem. Posso dar-lhe uma sandes não posso?

Um nó, daqueles que cortam o sentir do mundo atravessa-lhe a garganta estendendo-se ao peito que dói de vergonha. A crise de solidão, a aspereza das relações, o egoísmo do mundo abate-se na sua mente. Uma criança, aquela, que ali sentada lhe sorri por entre os bigodes cor de avelã, e lhe diz numa voz doce, sorrindo, que até não é o mais pobre, que tem sopa…e ela sempre tão infeliz…

-Pega lá. Estão aqui mais duas sandes, Mário.

Saem os dois. Lado a lado. Fernanda pestaneja. Não sabe se da neblina da manhã se das gotas da alma. Mário, na sua verdade de criança, mostrou-lhe a chaga do mundo.



Baseado no comentário que a "Menina Marota" gentilmente fez sobre o Sol da Índia.



Pedra Filosofal - Manuel Freire

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20 comentários:

Maria disse...

Chego ao fim e "mais que pestanejo". Sei que não é da neblina da manhã...
Não consigo dizer mais nada.
Obrigada!

Beijo

tiaselma.com disse...

Como é doída essa nossa mania de professora de procurar mostrar ao mundo como ele deveria ser, sem desistir um só segundo,tentando estoicamente consertá-lo... Sabe Deus o quanto isso nos custa e nos exaure. Professoras em tempo integral, sonhamos de olhos abertos com o tempo de ver banida tamanha aspereza cotidiana...
Feliz é você, Mateso, que ainda consegue buscar forças e passar para o seu Azul, de jeito tão lírico e pungente,toda essa realidade. De alguma forma, deve sentir-se aliviada. Quanto a mim, fico com a luta e as gotas da alma...
Abraços da fã brasileira,
Selma Barcellos

Menina Marota disse...

Continua o nó na garganta... porque há situações que nos fazem engolir em seco e são como se nos dessem um murro no estômago.

Grata por teres partilhado uma vivência bem real, daquelas que é difícil esquecer, do meu quotidiano e transcrevê-la de uma forma soberba.

O meu abraço carinhoso

Mié disse...

Mundo cruel este!!

É melhor calar-me senão não paro...

fico desfeita_________

mas tu...

arrematas com a pedra filosofal, que alivia mas não esquece.

um beijo enorme

bom fi, de semana.

Gabriela Rocha Martins disse...

a mestria do conto que enobrece

o estômago sente.se

como a alma


BELO


.
um beijo ,miúda!

Eme disse...

E porque não haverá mais pessoas como esta professora para acudir todos os dias a todos os Mários e Joões do mundo quando tudo chegaria para todos se fosse melhor distribuido?? dá vontade de gritar.. Esta história é das que obriga o ser humano a sair de si mesmo, do egoísmo, da sua bola de sabão e e aproximar-se do outros em forma de solidariedade.
Nenhuma criança devia passar por isto. Nenhuma!

Beijo

MS disse...

... como está realista este teu conto, 'Mateso' :((

Com o olhar enevoado de maresias, te deixo um beijo amistoso!

Sensibilizada pelo teu olhar em 'fragmentos'!

Esta 'Pedra Filosofal'! Intemporal...

mac disse...

Olá

Porque é que toda a gente só olha para a chaga do mundo? Eu cá acho que Mário, na sua verdade de criança, mostra a beleza do mundo. É belo sair das nossas preocupações(enormes porque são nossas), mais belo ainda viver com fome e guardar metade da refeição para outrém...

Hélas!

claras manhãs disse...

Sabes, nestas coisas boas, parece que também há correntes, as da alma.

Na terça-feira, sentada numa esplanada a almoçar com uma amiga, apareceu um adolescente, 13 ou 14 anos, que pediu uma moeda.
A minha amigas ao telefone e eu disse que não tinha nenhuma moeda
- é para comer
- não queres almoçar?
e lá se sentou na esplanada, o criado a correr a dizer-lhe que ali não podia ficar e ele lá apontou para mim
Fiz que sim com a cabeça, e o puto almoçou, numa esplanada com a praia aos pés.

beijinho

Ana Paula Sena disse...

Já tinha passado aqui, mas voltei depois para ler com a calma que se impõe. A tua recriação de situações é não só bonita, mas muito cuidada.
Renovo os meus parabéns :)

A história fez-me crescer uma imensa ternura pelo olhar de uma criança! Como sempre. Da forma como expuseste uma grande parte da realidade, acredito ainda mais na força da solidariedade. Capaz de mover montanhas... para fazer brilhar o olhar de qualquer criança do mundo. E os bigodes dos miúdos são tão adoráveis!

Um beijinho

Poemas de amor e dor disse...

Boa noite,
Triste! Mesmo triste!
Este é, infelizmente, o retrato que também faço deste país. Aqui, a narradora, relata uma vivência com a pobreza envergonhada que nada tem a ver com a pedincha, o aluguer de velhinhos ou crianças vítimas de exploração. As nossas cidades estão sitiadas de situações dúbias e essas abominam.
Infelizmente todos nós somos culpados por situações como esta que nos é aqui soberbamente retratada. Há como um pacto de silêncio entre todos, políticos, gestores, e tantos mais, enfim, tolera-se e ninguém prescinde de ganhar o que ganha, de receber o que recebe, que nos envergonham a todos e ao mesmo tempo nos sensibilizamos como o problema não fosse também nosso.
Na origem de todos os problemas está esta maldita ganância, este descontentamento sempre presente de querer, queres sempre mais e mais.
Alguém terá a coragem de gritar “o rei vai nu”? Depois, queremos tapar o buraco com a peneira quando, para justificarmos os nossos salários, muito acima dos salários mínimos, e atiramos àqueles que de facto recebem imenso.
Todos os dias recebemos e-mail com situações inacreditáveis de gestores, de ex políticos ou de políticos no activo e a jogar nas duas frentes.
A verdade é que nos habituámos e nos seduzem todos os dias com novas necessidades, gastos supérfluos e o que ganhamos vai chegando (a muitos), não apertando o cinto, para viver.
Estas minhas palavras são palavras de reflexão que faço tantas vezes.
Vejamos de outra maneira.
Ainda ouvi hoje que há em Portugal mais de 1 milhão de pobres e de muito mais a viver no limiar da pobreza. Depois haverá muitos milhares que por se habituarem a viver acima das suas posses atravessam situações desesperantes. Milhares de desempregados a viverem com o que resta da indemnização por despedimento. Estamos em Portugal a atravessar um momento muito difícil mas muito parecido com situações vividas em séculos passados ou passado recente. Só que aí valeram-nos as receitas recebidas da Índia, do Brasil e recentemente os dinheiros da Comunidade Europeia colocadas ao dispor de alguns para modernizar as empresas e o país.
O que lemos, de um passado já longínquo, foi que essas riquezas serviram para se adquirirem luxos, para construirmos conventos de Mafra, enfim ficámos sem quase nada depois das invasões francesas e na aliança com os ingleses. Não merece entrar em pormenor já que sabem muito melhor ao que me refiro (Fuga da família Real para o Brasil e o descalabro em terras lusitanas; as guerras civis entre os partidários de D. Pedro e D. Miguel ou mesmo, antes, alguns terramotos e doenças que afectaram a população que desceu quase aos dois milhões de habitantes etc.). A revolução Industrial tardou, ou não chegou na sua plenitude. No Século XX o povo português, que não via melhorar a sua qualidade de vida, emigrou em força apesar de o ouro, que tem sido esbanjado, não ter sido utilizado para modernizar e industrializar o nosso país. Com a assinatura do tratado, de adesão à CE, tivemos todos a esperança que as coisas iriam melhorar – algumas melhoraram, nomeadamente: cresceram os ordenados, criaram-se vias de comunicação inexistentes etc. Entretanto Portugal perde a oportunidade para modernizar, inovar os meios de produção e a educação escolar, apesar de chover de dinheiro que agora se não vê o rasto.
Perdoem-me esta reflexão mas não resisti a este belo texto e ao mesmo tempo à triste e negra situação que ela representa. Vou tentar ser breve.
Em consequência desta oportunidade perdida assistimos à deslocalização de empresas que aproveitaram, e de que maneira, os fundos comunitários. Essas empresas terminaram de uma forma abrupta, rompem os pactos e partem em busca de outra mão-de-obra mais barata, em busca de novos fundos comunitários. Também a Organização Mundial do Comércio não soube acautelar a abertura aos mercados asiáticos pondo em causa postos de trabalho de empresas que não podem competir com trabalho miseravelmente pago.
Aqui entra o que atrás escrevi. O desfasamento dos vencimentos, a falta de emprego, os despedimentos estão na razão directa da má aplicação dos fundos comunitários, da corrupção, da pouca cultura de alguns empresários, e de más orientações políticas.
Tudo isto para dizer que, se por um lado com a entrada de Portugal na CE os ordenados foram melhorados eles tem vindo a degradar-se e chega-se ao dia de hoje em que se fala na geração dos 500 euros. Com ordenados destes como podem ter filhos, comprar ou alugar casa – como podem viver?
Por outro lado somos um povo muito vaidoso. Vejam o que leva a grande maioria dos que tiram um curso superior a colocarem uma tabuleta - “aqui Dr. Fulano de tal” - em vez de considerarem um curso superior como uma ferramenta indispensável para melhor se adaptarem ao trabalho. Qual a razão que leva os portugueses enquanto emigrantes a serem mais produtivos e não ligarem às doutorices como, aliás, acontece na maioria dos países mais avançados.
Entrámos todos num consumismo e vaidade que nos devora e, para não ficarmos com a consciência intranquila arranjamos desculpas que os outros ganham muito mais e esses e só esses devem pagar a crise.
Reparem: No Parlamento pergunta-se: qual a razão para os alunos não utilizarem os livros escolares de aluno para aluno; de irmão para irmão.
Agora pergunto eu: qual a razão que nos leva a ter em casa uma biblioteca e não existirem bibliotecas para nos emprestarem os livros. Pois é! Entrámos todos numa de consumismo e de nada se prescinde. – Quero um livro, um disco ou uma segunda ou terceira televisão: toca a comprar. A crise será para todos? Vejam as chorudas e acumuladas reformas de muitos milhares de euros mensais. Há sempre uma desculpa qualquer! E o pior é que muitos ainda vão para a reforma, ou aposentação, tirando postos de trabalho aos mais jovens.
Vou finalizar. Tenham coragem e proibiam, ou penalizem, quem se reforma com montantes de muitos milhares de euros de arranjar um novo emprego. Deixem-nos para aqueles que no desespero abandonam a sua pátria para a diáspora. Serviço cívico, sim esse precisa de nós e dos futuros ou actuais reformados.
Quanto à miséria, à fome e com a finalidade de evitar as curas de emagrecimento, sempre caras e nem sempre com sucesso, deveríamos entregar ao Banco Alimentar Contra a Fome aquilo que não deveríamos comer e que comemos a mais.
Cumprimentos
Rogério Martins Simões

Anônimo disse...

Olá    Gostei muito...   Parabéns    http://arte-e-ponto.blogspot.com      Carla

Teresa Durães disse...

bonito final!

as velas ardem ate ao fim disse...

Todo este momento que me ofereceste me fez chorar!

obg e um bjo

joshua disse...

A nossa vida é feita do outro lado da ficção. Talvez a ficção nunca tenha existido nem sequer a verosimelhança. Somente isto que dói.

Maria P. disse...

Impressionante...mais palavras não tenho...

Beijinho.

Nilson Barcelli disse...

És uma escritora. Já percebi isso ao fim de ler meia dúzia dos teus contos.
Este, tal como os outros, tem uma narrativa onde impera a excelência.
Parabéns. Se ainda não publicaste em livro, devias tentar...
Beijinhos.

Menina Marota disse...

Minha querida Teresa, está aceite e entregue, igualmente, o Prémio que tão carinhosamente me atribuiu no passado dia 13 e que eu, por calendarização de postagens ainda não tinha vindo "reclamar"...

Muitos grata pela lembrança e também pela partilha que aqui faz das suas soberbas palavras.

Beijinhos e continuação de boa semana ;))

Mar Arável disse...

A vida real

é dura de viver

e de contar

mas sugere sempre

que não se cruzem os braços

perante os responsáveis

bjs

pront'habitar disse...

pestanejei, e não gosto de pestanejar.