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12 junho, 2007

Árvores do Alentejo

Carlos de Bragança O sobreiro

Árvores do Alentejo



Horas mortas? Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido? e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!

E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro e giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!

Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
- Também ando a gritar, morta de sede,
pedindo a Deus a minha gota de água.


Florbela Espanca

4 comentários:

un dress disse...

casca leve e lenta

gota.a.gota renascente ...



beijO*

Mateso disse...

Un-dress,
.........................
vai as raízes lançando,
na terra árida e quente,
mas,
Logo brota viçosa,
Em cada sopro de tempo novo.
Obrigada.
Bjs.

Bruna Pereira Ferreira disse...

Esta Florbela Espanca é um escândalo de beleza. Um escândalo. E tu escandalosa por relembrar-mo.

Um bom fim-de-semana :)

Mateso disse...

Bruna

Folgo que fiques "escandalizada" porque escândalos assim são óptimos.
Também um bom fim-de-semana.